Argentina conta com Messi para superar a resiliente Croácia e ir à final da Copa

Estadão Conteúdo

O duelo que definirá o primeiro finalista da Copa do Mundo do Catar reúne duas seleções que alcançaram a semifinal após classificações dramáticas nas penalidades. A Argentina, do astro Lionel Messi em sua versão mais maradoniana, deixou a Holanda pelo caminho. A Croácia, do cerebral Luka Modric, eliminou o Brasil e impediu o encontro entre os rivais sul-americanos.

Sul-americanos e europeus se enfrentam nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), no Lusail Stadium, em uma repetição do embate que tiveram na Rússia há quatro anos. A Argentina quer a vingança da Croácia, que naquela ocasião aplicou 3 a 0 e deixou o rival combalido no Mundial de 2018, perto de ser eliminado de maneira precoce na fase de grupos.

Bicampeã, a Argentina busca encerrar um jejum de 36 anos sem um título mundial. Messi, mais enérgico do que nunca, é o capitão de uma seleção que joga embalada pela canção “Muchachos”, da banda “La Mosca”. “Meninos, agora estamos animados novamente, quero ganhar a terceira, quero ser campeão mundial”, diz o principal trecho do hit que mais se ouve nas arquibancadas dos estádios catarianos.

Para erguer a terceira taça é imprescindível que Messi continue mostrando a sua genialidade. O craque argentino foi às redes quatro vezes na Copa e ultrapassou em gols e jogos do seu ídolo Diego Maradona, figura que incorporou, com reclamações, xingamentos, provocações e o espírito argentino de nunca desistir. Ao entrar em campo, o camisa 10 vai se igualar a Lothar Matthäus como o atleta que mais vezes jogou uma partida de Copa do Mundo. Será a sua 25ª.

Chamado no passado de “pecho frío”, termo pejorativo dado a um jogador sem brio, Messi provocou Van Gaal, soltou um “qué mirás, bobo?”, tem dado carrinhos e comemora cada triunfo como se fosse o último. Ainda não será. Mas restará apenas um depois duelo depois de enfrentar os croatas.

“É nosso capitão, nosso líder, o que nos impulsiona. É a nossa diferença”, resume o lateral Tagliafico sobre Messi, para quem o extraordinário é comum. “Saber que podemos contar com ele nos motiva, nos ajuda. Estamos maravilhados que ele possa ser nosso capitão”, completou o jogador. Segundo ele, todos, entre torcedores, atletas e comissão técnica, “estão remando para o mesmo lado”.

Tagliafico será titular na esquerda. Ele substitui o suspenso Acuña. A segunda mudança é na outra lateral. Molina entra na vaga de Montiel, também suspenso. De Paul e Di María treinaram com o grupo e devem jogar.

Algoz do Brasil, a Croácia tenta avançar à final pela segunda vez consecutiva. Na decisão na Rússia, caiu para a França, adversário que pode encontrar mais uma vez. Os franceses enfrentam o surpreendente Marrocos no outro jogo da semifinal, quarta-feira.

“Nós croatas somos um povo apaixonado por futebol. Temos o direito de sonhar que podemos vencer a Copa do Mundo”, afirmou o técnico Zlatko Dalic. Os croatas sobreviveram a cinco prorrogações neste e no último Mundial e nunca perderam uma disputa de pênaltis em Copas.

A resiliência do elenco, entende o treinador, é reflexo do “espírito do povo croata”, que viveu efeitos da guerra civil no país até a independência em 1991. Ele avalia ser plenamente possível eliminar mais um favorito, tal qual fez com o Brasil. “Vamos armar um plano de jogo para tentar nos contrapor a uma equipe que tem excelentes jogadores”.