Croácia busca seu segundo bronze e Marrocos joga por afirmação no cenário mundial

Estadão Conteúdo

Croácia e Marrocos se enfrentam pela segunda vez na Copa do Mundo do Catar em busca de uma despedida positiva para uma campanha memorável. As duas seleções decidem neste sábado, ao meio-dia (de Brasília), no Khalifa Stadium, quem será o terceiro colocado do Mundial catariano.

Marroquinos e croatas empataram sem gols na estreia do Mundial catariano. Ambos fizeram parte do Grupo F e avançaram em primeiro e segundo, respectivamente, deixando a favorita Bélgica pelo caminho.

Africanos e europeus encerram uma trajetória bem-sucedida no Catar, ainda que não tenham chegado à final. Vice-campeã em 2018, a Croácia não foi tão longe como na Rússia, mas novamente mostrou resiliência sobrevivendo a duas prorrogações e derrubando a favorita seleção brasileira nas quartas de final.

Pode ser a última partida em Mundiais do craque Luka Modric, com 37 anos. Pode porque ele é dúvida. O camisa 10 sofreu uma bolada no rosto durante o jogo com a Argentina e ficou atordoado por alguns instantes, antes de regressar ao gramado.

O técnico Zlatko Dalic sinalizou que é possível que Modric não jogue, o que poderia decretar o fim da história do cerebral meio-campista na seleção croata. A decisão ainda não foi tomada. O treinador espera que Modric continue ao menos até a Eurocopa de 2024, na Alemanha.

“Espero que ele esteja conosco”, desejou. “Mas isso depende de como ele se sente sobre o futebol e a seleção nacional. Tenho certeza que ele vai, mas é uma decisão dele”, emendou. “Será uma pena para todos os torcedores do mundo se Luka se despedir da seleção. Ele exibiu tanto bom futebol e se mostrou um profissional de ponta”.

A Croácia já tem um bronze, conquistado em 1998 pela geração liderada pelo craque Davon Suker. “Foi muito importante para a Croácia. Eu me lembro de como nos sentíamos orgulhosos, sonhando que algum dia estaríamos lá novamente”, recordou-se o meio-campista Kovacic.

“Fizemos isso em 2018, chegando na final, e queremos mais uma medalha agora”, acrescentou, citando o vice na Rússia com revés na finalíssima para a França. Aquele bronze, diz o técnico Dalic, foi mais importante para o país do leste europeu porque foi o primeiro pódio e conquistado anos depois da independência da pequena nação, uma das unidades da antiga Iugoslávia. “Mas ainda significa muito para nós”, ponderou em entrevista prévia à partida.

Para a seleção balcânica, não se trata de um amistoso. “No final, esta partida vale a vida”, disse o atacante Kramaric, segundo o qual “não haverá margem para erro”.

NO PRIMEIRO ESCALÃO
Primeiro africano e árabe a alcançar uma semifinal, Marrocos vai concluir sua trajetória com uma campanha histórica, independentemente do resultado deste sábado. É considerado a sensação da Copa e tem sido celebrado por torcedores de todos os outros países. Com um futebol inteligente taticamente, eliminou Espanha, Portugal e só caiu para a atual campeã frança na semifinal.

Para o técnico Walid Regragui, sua seleção não vê a possibilidade de terminar em terceiro como um prêmio de consolação. Eles enxergam como a oportunidade de estabelecer Marrocos entre as primeiras seleções do futebol mundial.

“Se conseguirmos o terceiro lugar podemos entender que nosso objetivo de ganhar a Copa do Mundo no futuro não é tão louco para uma equipe africana ou para o Marrocos”, afirmou. Para ele, “não é o fim da estrada”, mas o início de um caminho que pode ser glorioso num futuro não tão distante.

“Estamos jogando pelo terceiro lugar e acho que qualquer equipe do mundo, mesmo a melhor das nações, se eles estão jogando pelo terceiro lugar, eles estão jogando pelo seu ranking da Fifa”.

Em caso de vitória, os marroquinos vão registrar o melhor resultado de uma nação não europeia ou sul-americana na Copa do Mundo desde 1930, quando os Estados Unidos conquistaram o terceiro posto.