Jornalista que morreu no Catar recebe homenagens da Fifa e de LeBron James

Estadão Conteúdo

O jornalista esportivo americano Grant Wahl, que morreu aos 48 anos enquanto trabalhava na cobertura da Copa do Mundo do Catar, recebeu homenagens neste sábado. Além de ter sido lembrado pela Fifa no Al Bayt Stadium, palco das quartas de final entre França e Inglaterra, também foi citado por personalidades do esporte, como o astro do basquete LeBron James.

Uma foto do jornalista foi colocada na tribuna de imprensa do Al Bayt, junto de uma flor, exatamente no local onde ele se sentaria para cobrir a partida pelo CBS Sports. “Esta noite nós prestamos nosso tributo a Grant Wahl no assento designado a ele no Al Bayt Stadium. Ele deveria estar aqui. Neste momento tão difícil, nossos pensamentos permanecem com sua esposa Celina, sua família e seus amigos”, escreveu a Fifa no Twitter ao compartilhar a imagem da homenagem.

Já LeBron James prestou respeito lembrando de uma entrevista que deu, quando tinha apenas 17 anos, ao repórter. O texto escrito a partir do encontro foi capa de uma icônica edição da tradicional revista americana Sports Illustrated. Nela, uma foto do adolescente LeBron aparece ao lado da frase “O escolhido”, que mais tarde foi tatuada nas costas do lendário jogador de basquete.

“Você tem um impacto gigante na minha vida e na vida da minha família. Por isso, eu sou muito grato a você, uma grande pessoa e um grande jornalista. Descanse no paraíso, Grant Wahl”, escreveu o ala de 37 anos, ao compartilhar a imagem da capa histórica.

CAUSA DESCONHECIDA
Não há informações conclusivas sobre a causa da morte de Grant Wahl, considerado uma das referências na área da cobertura esportiva americana e que acompanhou de perto o crescimento do futebol masculino nos Estados Unidos. A imprensa americana e agências internacionais informam que o profissional passou mal durante a prorrogação do jogo entre Argentina e Holanda, realizado no Lusail Stadium. A principal hipótese é que tenha sofrido um ataque cardíaco.

Testemunhas que estavam próximas a Wahl na tribuna de imprensa do estádio relatam que o jornalista caiu para trás com a sua cadeira, enquanto o jogo estava na prorrogação. Outros repórteres descrevem que trabalhadores dos serviços de emergência o socorreram de forma rápida, mas que, momentos depois, receberam a notícia de que ele havia morrido.

CAMISETA LGBT+
No começo do Mundial, Wahl relatou em suas redes sociais que fora detido no Ahmed bin Ali Stadium, antes da partida entre Estados Unidos e País de Gales, por estar vestindo uma camiseta com a estampa de um arco-íris. O Catar tem adotado uma política de repressão às manifestações em favor do movimento LGBT+. Posteriormente, voltou às redes sociais para e revelou que conseguiu entrar no estádio, após ter ficado detido por quase meia hora.

Segundo Eric Wahl, irmão de Grant e que é gay, o jornalista foi ao estádio com a camiseta para apoiá-lo. “Eu sou a razão por ele ter usado a camiseta com o arco-íris”, disse Eric, em um vídeo postado em sua conta no Instagram. Na publicação, ele afirma que o irmão era saudável e que e acredita que Grant tenha sido morto, e não vítima de alguma doença. “Ele me disse que recebeu ameaças de morte”.