Divulgação / Seleccion Argentina / Twitter

É incontável o número de vezes em que Lionel Messi, ao longo de sua carreira, deve ter parado para tirar uma foto com alguma criança. Porém, o craque argentino dificilmente imaginou que um desses fãs mirins, que o abordou há mais de dez anos, seria hoje seu parceiro na seleção argentina.

Julián Álvarez, que marcou dois gols nesta terça-feira contra a Croácia, é o mesmo que parou Messi durante a Copa América de 2011 (sediada na Argentina) para tirar uma foto com o então jogador do Barcelona. Os irmãos do garoto, Rafael e Agustín, também tietaram o craque, na época com 24 anos.

O tempo passou, e aquele menino de apenas 11 anos cresceu. Seguiu os passos de Messi, virou jogador profissional e hoje, aos 22 anos, celebra a classificação da Argentina para a final da Copa do Mundo ao lado do ídolo. “Estou feliz pessoalmente e pelo grupo porque merecemos. Estamos na final, que é o que queríamos. E vamos buscar mais”, disse.

A tietagem de antigamente se transformou em companheirismo de seleção e entrosamento dentro de campo. Messi e Álvarez somam, juntos, nove gols na Copa: cinco para o atacante do Paris Saint-Germain, e outros quatro feitos pelo jovem jogador do Manchester City, que virou titular da equipe de Lionel Scaloni ao longo do Mundial.

Com 22 anos e 316 dias, Álvarez é o jogador mais jovem a marcar dois gols em uma semifinal de Copa do Mundo desde Pelé, em 1958. Naquele Mundial, o Rei do Futebol, aos 17 anos, fez três gols na semifinal diante da França e mais dois na decisão com a Suécia.

Em sua primeira Copa, o atacante disse sentir “uma grande alegria” por “todo o país” e confessou estar “contente pelo que está sendo alcançado”.

O garoto ganhou elogios do técnico Lionel Scaloni não apenas pelos dois gols que marcou nesta terça. “Ele deu uma ajuda bárbara ao meio-campo. Com a idade dele, é normal querer correr para todos os lados, mas o que você diz ele faz. Somos felizes porque ele conseguiu capturar isso, algo tão bom para um atacante.”

ARANHA
Álvarez é apelidado de “Aranha”, desde os tempos em que jogava no Calchín, clube onde começou, ainda criança. Por causa de sua capacidade de controlar a bola e carregá-la sem deixar que os adversários a tomassem, diziam que ele parecia uma aranha correndo com suas várias patas. E foi exatamente o que aconteceu no Lusail Stadium no lance do seu primeiro gol, o segundo da Argentina.

O garoto partiu em disparada em direção à área croata e percorreu quase 50 metros sem que nenhum adversário conseguisse pará-lo, até que a bola morreu no fundo da rede. Das tribunas do Lusail, Ronaldinho Gaúcho foi flagrado aplaudindo o belo gol.

Apesar de parte da imprensa argentina ter comparado a jogada ao antológico gol de Maradona contra a Inglaterra no Mundial de 1986, o lance pareceu mais o famoso gol de Mario Kempes diante da Holanda na final da Copa de 1978. Em ambos os anos, a Argentina foi campeã mundial. Seria um prenúncio? A resposta sairá no domingo, após a final contra França ou Marrocos.