Coritiba está de volta à primeira divisão

Time derrota o Duque de Caxias por 3 a 2 e garantiu matematicamente o acesso

Lycio Vellozo Ribas

 

O Coritiba voltou, o Coritiba voltou. Com essa cantoria, e um número 1 nas mãos, os jogadores do Coritiba festejaram o acesso à primeira divisão nacional, após terem derrotado o Duque de Caxias por 3 a 2, no Rio de Janeiro, pela 35ª rodada da Série B. Com o resultado, o time paranaense foi a 67 pontos e, faltando três rodadas, não sairá mais da zona de classificação – o G4. A Portuguesa, atual quinta colocada, tem 56 pontos e não consegue mais passar à frente do time paranaense.

 Não faltou drama. O time paranaense abriu 2 a 0 em 20 minutos e sofreu um gol ainda no primeiro tempo. Na etapa final, teve que fazer duas substituições forçadas, levou o gol de empate e só marcou o gol do título aos 44 minutos.

 Foi sofrido, teve muito sofrimento, mas a gente teve competência. Agora, vamos buscar o título, disse o técnico Ney Franco, ao fim da partida. Neste sábado, o time paranaense enfrenta o Figueirense, atual vice-líder, com 63 pontos. Se vencer e o Bahia (3º, com 62) não triunfar na rodada, o Coritiba garante o título com duas rodadas de antecedência.

 Quando a partida começou no Rio de Janeiro, o Coritiba estava garantido na elite.  Únicos com chance matemática de atrapalhar, se vencessem seus jogos, o Sport naquele momento empatava com o Vila Nova (1 a 1) e a Portuguesa estava no 1 a 1 com o Brasiliense. A festa coxa-branca aumentou ainda mais no primeiro minuto, quando o volante Léo Gago cobrou uma falta de longe e fez 1 a 0. Depois, esse gol estava sendo fundamental, uma vez que a Portuguesa havia virado para 2 a 1.

 Com a vantagem, Coritiba recuou para explorar contra-ataques. Levou uma bola no travessão, aos 10 minutos, e respondeu na mesma moeda, aos 11. Depois, passou a tocar a bola no canto do adversário. A partir daí, os dois times se alternaram em chances perigosas, até que, aos 20 minutos, Enrico marcou 2 a 0, após um lance peculiar, em que os coxas-brancas precisaram arrematar quatro vezes seguidas para mandar a bola às redes. Pouco depois, a ameaça do Sport estava descartada, com o empate deste diante do Vila Nova (1 a 1) – a Portuguesa, por sua vez, vencia por 3 a 1.

Depois do gol, o Coritiba aplicou seu jogo de toques curtos e muita movimentação, para controlar a partida. Porém, aos 32 minutos, acabou levando um gol, de Somália. Isso alertou o técnico Ney Franco para o fato de que as laterais (principalmente a esquerda) estava vulneráveis. Com isso, Enrico passou a reforçar a marcação pelo lado esquerdo.

Para o segundo tempo, o Coritiba voltou com o volante Willian no lugar do meia Enrico, para encorpar a marcação. E Léo Gago passou a cobrir o lado esquerdo. Aos 7 minutos, Rafinha saiu, machucado, para a entrada do meia Tcheco. Após as mudanças, o time paranaense foi acuado. E a defesa ainda bateu cabeça em alguns lances – o árbitro, se estivesse de má-fé, poderia marcar um pênalti de Willian ou um de Jéci. Para tentar reverter o quadro, Ney Franco trocou o zagueiro/lateral Lucas Mendes pelo meia Dudu, aos 17 minutos.

 A partir daí, o Coritiba teve apenas uma chance de gol, num chute de Dudu que bateu na trave, aos 30 minutos. No mais, o time se segurou na defesa. Para aumentar o drama, os zagueiros Cleiton e Jéci, bastante exigidos, chegaram a deixar o campo, mas voltaram ao jogo. Porém, aos 42 minutos, a pressão do Duque de Caxias fez efeito e Frontoni empatou, de cabeça. Quando o empate parecia inevitável, Tcheco fez grande jogada individual, aos 44 minutos, e deixou Marcos Aurélio livre para marcar o gol que garantiu o acesso.

No Rio de Janeiro

Duque de Caxias

Lopes; Amaral, Edson, Gustavo e Paulo Rodrigues; Xaves (Frontini), Mancuso, André Luís (Danilo Rios), Leandro Chaves e Lenílson (Juninho); Somália. Técnico: Gilson Kleina.

Coritiba

Edson Bastos; Ângelo, Cleiton, Jéci e Lucas Mendes (Dudu); Leandro Donizete, Léo Gago, Rafinha (Tcheco) e Enrico (Willian); Marcos Aurélio e Leonardo. Técnico: Ney Franco

Gols: Léo Gago (1-1º), Enrico (20-1º), Somália (32-1º), Frontini (42-2º), Marcos Aurélio (44-2º)

Cartões amarelos: André Luís, Lucas Mendes, Leandro Donizete

Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)

Local: Estádio São Januário, no Rio de Janeiro, ontem