Matheus Cunha comemora gol pela seleção brasileira (Crédito: Divulgação/CBF/Lucas Figueiredo)

O meia-atacante Matheus Cunha, 23 anos, foi negociado nessa terça-feira (dia 20) pelo Atlético de Madrid com o Wolverhampton Wanderers. Segundo o jornalista Fabrizio Romano, especializado no mercado da bola, será um empréstimo de seis meses com obrigação de compra futura – o valor da aquisição deve ficar entre 40 milhões e 50 milhões de euros (R$ 220 a R$ 270 milhões).

O Coritiba tem direito a 2% de cada transferência do jogador, por meio do chamado ‘Mecanismo de Solidariedade da Fifa’ – um sistema criado para premiar os clubes formadores. Com isso, quando o Wolves efetuar a compra em junho de 2023, ao final do empréstimo, o clube paranaense pode receber algo entre 800 mil e 1 milhão de euros (de R$ 4,4 milhões a R$ 5,5 milhões).

OUTRAS VENDAS
Revelado nas categorias de base do Coritiba, Matheus Cunha nunca jogou no profissional do clube paranaense. Em 2017, ainda pouco conhecido, teve 85% dos seus direitos econômicos comprados pelo Sion, da Suíça, pelo equivalente a R$ 700 mil.

Matheus Cunha se destacou na Suíça com 10 gols e 8 assistências em 32 jogos. Em 2018, o Coritiba conseguiu vender os 15% restantes por 1,2 milhão de euros. Em seguida, ainda em 2018, o Red Bull Leipzig, da Alemanha, comprou o jogador por 15 milhões de euros. Na ocasião, o Coritiba recebeu 2% desse valor, cerca de 300 mil euros, pelo Mecanismo de Solidariedade da Fifa.

Pelo mecanismo, a cada transferência de um jogador, o clube formador do atleta tem direito a 5% dos valores envolvidos. Esse porcentual é dividido por todos os clubes pelos quais o jogador passou entre os 12 e 23 anos de idade. O Coritiba fica com 2%. Os outros 3% são repartidos em outros clubes que participaram da formação do atleta. Até 2020, esse valor só era pago no caso de transferência internacional. Desde então, passou a valer também para transações entre clubes do mesmo país.

Em 2021, o Coritiba tinha direito a mais R$ 3,7 milhões, ou seja, 2% da venda do Hertha Berlim para o Atlético de Madrid por 30 milhões de euros.

DISPONÍVEL
Matheus Cunha vinha sendo pouco utilizado pelo técnico Diego Simeone no Atlético de Madrid na temporada 2022/23 e estava disponível para negociação. O jogador tinha contrato com o clube espanhol até 2026. Só foi titular em 2 dos 21 jogos da temporada até agora – entrou como substituto em outros 15.

VERSÁTIL
O jogador atua em várias posições do setor ofensivo. No Hertha Berlin e no Leipzig, atuou como centroavante, como meia ofensivo centralizado e como meia-ponta (extremo) pela esquerda. Desde que chegou ao Atlético de Madrid, porém, vinha sendo utilizado como centroavante na grande maioria dos jogos e raramente atuava em outras posições. Na atual temporada, o técnico Diego Simeone tem usado o 4-4-2 como base, com Griezmann e Morata como titulares do ataque. Os reservas imediatos são o português João Félix e o argentino Ángel Correa.

SELEÇÃO
Na seleção, Matheus Cunha ganhou ouro na Olimpíada de tóquio e foi um dos destaques do Brasil no Pré-Olímpico. No total, marcou 15 gols em 16 jogos pela seleção brasileira sub-23. Em 2020, foi convocado por Tite para três jogos da seleção principal nas Eliminatórias da Copa. Até agora, somou oito partidas pela seleção – ainda não marcou gols.

WOLVES
Fundado em 1877, o Wolverhampton Wanderers soma três títulos da primeira divisão (1954, 58 e 59), quatro da segunda divisão (1932, 1977, 2009 e 2018), quatro Copas da Inglaterra – FA Cup (1893, 1908, 1949 e 1960) e duas Copas da Liga (1974 e 1980).

Em 2022/23, o time comandado pelo espanhol Julen Lopetegui (ex-seleção espanhola e Real Madrid) está na lanterna da primeira divisão. O elenco conta com nove portugueses, entre eles o volante Ruben Neves, o meia Matheus Nunes e o goleiro José Sá, que estiveram na Copa do Mundo do Catar. Outros do Wolves presentes no mundial foram o centroavante mexicano Raúl Jimenez e o sul-coreano Hwang Hee-Chan.