Marcelino Moreno (Crédito: Valquir Aureliano)

O Coritiba começou a temporada 2023 com novo técnico, novo esquema tático e novo elenco. E, nas cinco primeiras partidas do ano, o treinador António Oliveira apresentou algumas novidades no posicionamento dos jogadores em campo.

A principal delas foi a inédita utilização do meia Régis como extremo (meia-ponta), pelo lado do campo. O jogador, de 30 anos, jogou raras vezes nessa posição ao longo da carreira e, desde sua chegada ao Coritiba, no início de 2022, só havia sido utilizado como meia ofensivo centralizado. Para completar, Régis também foi improvisado como centroavante nos 15 minutos finais contra o Maringá.

Outra novidade para a torcida é o meia Marcelino Moreno, 28 anos. O argentino chegou ao clube e foi apresentado como o novo camisa 10. Com isso, aumentou a expectativa da torcida para que ele atuasse dessa forma, como um meia ofensivo centralizado.

No entanto, António Oliveira não vem utilizando essa posição na equipe. Desde o primeiro jogo do ano, o treinador armou o time no esquema tático 4-1-4-1, com um volante defensivo (Willian Farias ou Jesús Trindade). Na linha de quatro, usa dois extremos pelos lados do campo (Alef Manga e Willian Pottker, por exemplo) e dois médios (como Bruno Gomes e Junior Urso).

Na primeira rodada, Marcelino Moreno entrou no segundo tempo e ficou na posição de Junior Urso, como médio pelo centro do campo. Sem a bola, ele formava a linha de quatro à frente do único volante. Com a bola, tinha liberdade para atacar. Nesse jogo, Moreno mostrou sua preferência por atacar pelo lado esquerdo. Destacou-se pelos dribles e pelas jogadas de fundo pela ponta.

Contra o Maringá, o argentino foi escalado como extremo, aberto pelo lado esquerdo.

Em toda carreira, Moreno foi mais utilizado nessas duas posições: extremo pela esquerda (35% das vezes) e médio-centro (27%). Atuou como meia ofensivo centralizado em 20% dos jogos. E ficou na direita em 16% das partidas. E, em raras ocasiões, jogou como centroavante.

As duas melhores temporadas do argentino foram atuando centralizado. Em 2021, entrou para a seleção dos melhores da Major League Soccer atuando como médio-centro (13 jogos) e meia ofensivo centralizado (sete jogos). Em 2019/20, foi um dos três melhores do campeonato argentino, defendendo o Lanús, e atuando como médio-centro.

NOMENCLATURA
A expressão médio-centro poderia ser substituída por ‘segundo volante’. No entanto, em esquemas táticos como o 4-1-4-1 há dois ‘médios’, o que poderia levar a utilização do termo ‘terceiro volante’, algo que não explica com precisão a posição e a função do jogador em campo.

VARIAÇÃO
António Oliveira adotou o 4-1-4-1 para iniciar todos os jogos. Após cinco rodadas, apresentou uma variação nos 30 minutos finais contra o Foz, quando mudou para o 4-2-3-1, com Cadorini de centroavante. A linha de três tinha Robson (direita), Fabrício Daniel (centro) e Alef Manga (esquerda).