Gabigol vai ao ‘fim da fila’ no Fla e perde prestígio a três meses de ficar livre no mercado

Estadão Conteúdo

Gabigol viveu grandes momentos como jogador do Flamengo, inclusive recebendo a camisa 10 eternizada por Zico, mas já faz tempo que não goza mais do mesmo prestígio. Mesmo com Pedro fora de combate pelo resto do ano, em razão de um rompimento ligamentar no joelho, o atacante de 28 anos foi colocado no fim da fila na briga por posição no ataque rubro-negro. Tal situação ocorre no momento em que faltam cerca de três meses para o fim de seu contrato, válido até dezembro, ao mesmo tempo em que o próprio mercado parece ter diminuído o interesse no atleta.

O técnico Tite não incluiu Gabriel na relação para o jogo desta quinta-feira, contra o Peñarol, pela Libertadores. Existia a preocupação com uma possível lesão no músculo posterior da coxa direita, mas os exames não constataram o problema. Mesmo assim, foi decidido que o jogador ficaria de fora por precaução, conforme informado pelo clube em nota oficial. O ataque deve ser formado por Plata e Bruno Henrique.

“O Clube de Regatas do Flamengo informa que o atleta Gabriel Barbosa realizou exames que não diagnosticaram lesão no músculo posterior da coxa direita. Porém, a Comissão Técnica optou pela precaução e não o relacionou para o duelo contra o Peñarol em razão de uma fibrose na região. Gabi está entregue aos fisioterapeutas e preparadores físicos para a sequência de jogos decisivos da temporada”.

Em queda de produção desde 2023, Gabigol se acostumou a ficar no banco flamenguista em 2024, ano em que foi titular apenas em três das 26 partidas nas quais foi a campo. O atacante Carlinhos, contratado junto ao Nova Iguaçu após se destacar no Carioca, foi titular em cinco ocasiões.

Gabriel foi atrapalhado por uma lesão na coxa sofrida no dia 16 de agosto, da qual se recuperou recentemente, antes da vitória por 1 a 0 sobre o Bahia na Copa do Brasil, jogo que marcou seu retorno após um mês. O problema, contudo, não é o único motivo das poucas aparições do atacante, que sequer saiu do banco em muitos jogos importantes, como contra o Palmeiras na Copa do Brasil ou no clássico com o Fluminense pelo Brasileirão.

Pesou contra o jogador, principalmente, a série de polêmicas nas quais se viu envolvido ao longo do ano. Em abril, chegou a ser suspenso do futebol por dois anos, pela tentativa de “fraudar o exame antidoping”. Em maio, foi flagrado vestindo a camisa do Corinthians, clube que já o havia sondado no começo do ano, enquanto estava em um churrasco em casa com amigos e membros da comissão técnica do Flamengo. A situação fez o clube tirar a icônica 10 do atacante.

Mais recentemente, em agosto, foi criticado por rodar a camisa do Palmeiras, trocada em campo, durante a comemoração dos jogadores do Flamengo após vitória sobre os palmeirenses. No X, antigo Twitter, rebateu as críticas e disse que os torcedores flamenguistas “estão escolhendo o lado da chatice”.

Pouco depois do episódio, veio à tona a informação de que Gabigol negociava com o Palmeiras. Como o vínculo com o Flamengo termina em dezembro, ele está livre desde julho para assinar pré-contrato com outro clube. A diretoria palmeirense se interessou pela oportunidade e chegou a oferecer um pré-contrato ao jogador e seu estafe, liderado pelo empresário Júnior Pedroso, para contar com o atleta a partir de janeiro de 2025, mas o documento não foi assinado e o clube desistiu da contratação.

O tema Gabigol esfriou no mercado do futebol desde então, com menos especulações do que já houve antes, mas pode voltar a esquentar a partir do final da temporada. Mesmo frente ao 2024 conturbado, a renovação com o Flamengo não está descartada. Inclusive, a diretoria ofereceu um novo vínculo, mas com duração de apenas um ano, conforme revelado pelo presidente rubro-negro Rodolfo Landim à TNT.

“Quando a gente faz uma proposta para um jogador, a gente analisa todo o contexto. A gente analisa o prazo da proposta, quantos anos vai ficar jogando. Então, a gente tem tanta confiança nessa capacidade de recuperação do Gabriel que a gente de fato fez um proposta de renovação por mais um ano com ele, entendendo que pode ser fruto de um período”, disse o dirigente.

“Acho que todo mundo pode passar por uma fase em que o desempenho não é tão bom. A gente está disposto a fazer essa aposta. O que é difícil é que, com o comportamento que ele no ano de 2023 e em parte deste ano de 2024, a gente faça uma proposta para 4 anos nos valores que estão solicitados neste processo negocial com o empresário dele. Mas, a gente fez essa oferta, está na mesa, sim”, concluiu.