O Palmeiras tem em mãos uma proposta da Sportingbet para que o site de apostas seja o novo novo patrocinador master do time masculino. A casa de aposta britânica e o departamento de marketing do clube conversam há meses. Não há acordo, mas a proposta da empresa é a que mais agradou a diretoria palmeirense por enquanto.

O próximo patrocinador do Palmeiras não deve ter um contrato de exclusividade, como é o atual, perto de se encerrar, com Crefisa e FAM, empresas da presidente Leila Pereira, que sinalizou recentemente que acha saudável buscar novos parceiros com o clube. O plano da diretoria é fechar acordo na casa dos R$ 150 milhões anuais em patrocínios em todas propriedades da camisa, com a possibilidade de alcançar R$ 170 milhões em caso de cumprimento de metas.

A informação foi inicialmente divulgada pelo UOL e confirmada pelo Estadão. Duas fontes disseram à reportagem que Leila Pereira não é simpática à ideia de ter uma casa de aposta nacional como principal patrocinador do Palmeiras, mas aprova uma bet estrangeira com solidez e longa atuação no mercado, e enxerga isso na Sportingbet. Procurados, clube e a casa de apostas não comentaram.

Por enquanto, todos os contatos de bets brasileiras não avançaram. Betnacional, Pixbet e Esportes da Sorte manifestaram interesse em patrocinar o time, mas não chegaram nem perto de evoluir nas conversas. A Betnacional apresentou proposta de R$ 100 milhões anuais, porém, ficou sem resposta do departamento de marketing do clube.

Existe ainda o receio de algumas pessoas dentro do Palmeiras de ter uma casa de aposta no espaço mais nobre do uniforme, mas há o entendimento de que a Sportingbet é uma empresa sólida e confiável. A casa de aposta é patrocinadora oficial da Conmebol e exibe sua marca nas Copas Libertadores e Sul-Americana e na Recopa, além de patrocinar o futebol na Globo.

Em julho passado, a Sportingbet pediu autorização à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda para operar o mercado de apostas de quota fixa e jogos online no Brasil. O setor foi regulamentado depois que o Congresso aprovou no fim do ano passado a lei, sancionada em 29 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabeleceu critérios sobre tributação e normas para a exploração comercial das apostas de quota fixa e definiu a distribuição da receita arrecadada e fixou sanções. Mas as novas regras só entrarão em vigor no ano que vem.

Para operar no País, as casas de apostas terão de cumprir uma série de exigências determinadas pelo Ministério da Fazenda, entre elas ter sede no Brasil e pagar uma outorga de até R$ 30 milhões.

FIM DA ERA CREFISA?

No evento em que se lançou oficialmente candidata para reeleição à presidência, Leila indicou que suas empresas, a Crefisa e FAM, vão deixar de patrocinar o clube depois de uma década. “Vou adiantar para vocês: eu acho saudável que tenham-se outros parceiros”, sinalizou a dirigente. “Pode ser que a Crefisa saia da camisa do Palmeiras, mas o Palmeiras jamais vai sair da vida da presidente da Crefisa. Acho que tudo tem um ciclo na vida, nós fizemos muitos pelo Palmeiras, e o Palmeiras fez muito pelas minhas empresas.”

Com a Crefisa e a FAM, o Palmeiras chegou a ter o maior patrocínio do País, mas os valores ficaram defasados e os rivais passaram a ter camisas mais valiosas, sobretudo depois que as casas de apostas, chamadas de bets, dominaram o mercado. O atual acordo rende R$ 81 milhões fixos por temporada ao Palmeiras – com a possibilidade de alcançar R$ 120 milhões em caso de metas atingidas por títulos conquistados.

As empresas de Leila pagam esse valor desde 2019. Em 2021, o então presidente Maurício Galiotte renovou o acordo por mais e decidiu manter as cifras, sem colocar uma cláusula de reajuste e correção dos valores, o que gerou críticas dos torcedores pelo entendimento de que o patrocínio está defasado, apontando que os rivais têm conseguido acordos mais lucrativos.

Desde quando afirmou que abriria concorrência, Leila tem defendido suas empresas e dito que não vai entrar “nessa pilha” em relação a quantias maiores que patrocinadores pagam aos adversários do Palmeiras. Segundo ela, as negociações são feitas para afastar possíveis “aventureiros”, isto é, empresas não idôneas.