caminhada do meio dia
Caminhada de 2023 reuniu 2 mil pessoas em Curitiba (Hully Paiva/SMCS)

Dezenas de cidades paranaenses vão se mobilizar na próxima segunda-feira (22) contra um crime que tem crescido no estado. É a 2ª Caminhada do Meio-Dia, que faz parte das ações do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Em Curitiba, a concentração para a segunda edição do evento será às 11h30, na Praça Santos Andrade, percorrendo a Rua XV de Novembro, em direção à Praça Osório.

Instituída pela Lei estadual nº 19.873/2019, da deputada Cristina Silvestri (PSDB), a data reforça a conscientização sobre o tema, cujos dados estão em alta: o número de mulheres vítimas de feminicídio aumentou 59% no Paraná, em um ano. Foram 35 ocorrências de janeiro a abril de 2024. No mesmo período no ano passado, a quantidade de vítimas chegou a 22.

O levantamento é da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) referente ao primeiro quadrimestre. As outras estatísticas envolvendo a população feminina também tiveram aumento em 12 meses. Os casos de violência contra mulher, por exemplo, subiram 5%, já de violência doméstica quase 11%.

A Caminhada do Meio-Dia integra a Campanha Estadual “Paraná Unido no Combate ao Feminicídio”, que mobiliza e convoca a sociedade à reflexão sobre o feminicídio e é promovida pela Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi). O objetivo é conscientizar sobre este tipo de crime, que é o assassinato de uma mulher pelo simples fato de ser mulher, seja no ambiente doméstico ou familiar, ou ainda motivado por menosprezo, discriminação ou ódio.

Dia D

A data de 22 de julho foi escolhida como o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava. Aos 29 anos, em 2018, Tatiane foi morta e jogada da sacada do prédio onde morava com o marido, Luis Manvailer, conforme concluiu o julgamento que o condenou a mais de 30 anos de prisão pelo crime.

A Lei estadual nº 19.873/2019 tem como objetivo incentivar e unificar ações de combate em um “Dia D”, quando órgãos públicos, entidades, associações, lideranças políticas e sociedade civil organizada centralizam o discurso em uma única pauta: a necessidade de interromper o ciclo da violência doméstica e evitar feminicídios. “Queremos garantir um dia de luta em que a sociedade e às instâncias públicas possam se reunir em torno de ações e de conferências de políticas de combate ao feminicídio”, explicou a autora, deputada Cristina Silvestri.