Paraná Clube fracassa em campo e vive ano de incertezas

Sem torcida no estádio, time não consegue retornar à primeira divisão do Paranaense

Silvio Rauth Filho
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Rubão, presidente do clube (foto: Reprodução de vídeo/Youtube/Paraná Clube)

O Paraná Clube começou 2023 apenas com uma competição no calendário: a segunda divisão do Campeonato Paranaense. Situação que refleto o crítico ano de 2022: rebaixamento no Estadual e fracasso na Série D do Campeonato Brasileiro.

Com uma dívida de R$ 156 milhões – valor divulgado no balanço divulgado em março de 2023, o clube contratou 25 jogadores para a 2ª divisão paranaense. O perfil escolhido era o de jogadores com bom desempenho em divisões inferiores do Campeonato Paulista e de estaduais de menor expressão.

O técnico contratado foi Marcos Skavinski, o Marcão, de 47 anos, ex-jogador do Colorado, do Coritiba e do Athletico. Como técnico, destaque nos juniores do Athletico, em 2015. E, em 2021, ele levou o Independente São Joseense à primeira divisão do Paranaense.

Marcão: ele durou cinco jogos (foto: Robson Mafra)

A missão inicial do treinador era terminar entre os quatro primeiros entre os dez participantes da 2ª divisão.

Um dos obstáculos foi lidar com o vazio na Vila Capanema. O Paraná Clube foi punido com a perda de cinco mandos de campo e não teve torcedores nos jogos em casa em 2023. A punição foi aplicada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) pela invasão do gramado por torcedores e tentativa de agressão a jogadores na partida contra o União, em 2022, que decretou o rebaixamento do time da capital.

Liliu: artilheiro do Paraná (foto: Robson Mafra)

A Segundona começou em abril de 2023. O Paraná estreou com vitória em casa sobre o Toledo. Depois, três empates seguidos – com Andraus, PSTC e Grêmio Maringá. Em seguida, em 26 de maio, derrota em casa, por 1 a 0, para o Apucarana, resultado que provocou a demissão de Marcão.

Em seguida, o Paraná apostou no técnico Fahel Júnior, 59 anos, com carreira baseada em clubes das divisões inferiores do Campeonato Paulista.

Fahel: invicto e sem vaga (foto: Robson Mafra)

O Paraná seguiu irregular em campo, mas chegou à última rodada da primeira fase com chances de classificação. O time vencia o Patriotas por 2 a 1 na Vila Capanema e estava garantindo a vaga. Só que levou um gol aos 49 minutos do segundo tempo e acabou eliminado, amargando a quinta posição. O Andraus derrotou o PSTC na decisão e os dois foram promovidos à primeira divisão.

Depois da eliminação, o Paraná voltou a mergulhar em mar de incertezas. A princípio, o time só volta a campo em abril de 2024, na segunda divisão do Paranaense. No entanto, uma solução para a crise surgiu nos bastidores. A venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Paraná Clube foi aprovada pelos conselhos do clube e teve o aval da Justiça. O nome do comprador segue em sigilo. A negociação entre as partes segue e só deve ser concluída em 2024. O grupo prevê um investimento de R$ 430 milhões nos próximos 10 anos.

Além desse valor, surgiu a possiblidade da compra do CNPJ de um outro clube, o que poderia levar o Paraná a disputar a primeira divisão estadual, a Copa do Brasil e a Série D do Brasileiro em 2024. No entanto, nada foi definido em 2023.

OS TÉCNICOS

Marcos Skavinski, o Marcão

Fahel Júnior