A invasão russa à Ucrânia, que começou em 2022, teve reflexo para além das fronteiras. No mesmo ano o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o banimento dos atletas do País, e também dos competidores de Belarus, aliado dos russos na guerra. Para a Olimpíada de Paris-2024, porém, o COI decidiu que os atletas poderiam competir como Atletas Individuais Neutros (AIN). Com isso, eles não têm direito à bandeira, hino e ficam de fora do quadro de medalhas e da cerimônia de abertura.

A decisão, de acordo com o COI, é para preservar os “direitos humanos”, já que eles estariam competindo como indivíduos, e não mais como um país. Mesmo assim, existem algumas regras que precisam ser seguidas: é proibida qualquer manifestação de apoio à guerra e os atletas não podem ter atuado como militares. Além disso, só podem competir em modalidades individuais, e não nas disputas coletivas.

Foram convidados pelo COI 36 atletas russos, dos quais apenas 15 aceitaram participar da Olimpíada. No caso de Belarus, foram chamados 24, e 17 concordaram em competir. O número é significantemente menor do que na Olimpíada de Tóquio, em 2021, quando estiveram presentes 335 atletas russos e 101 belarussos.

A imposição de competir como Atletas Individuais Neutros não foi bem recebida pelas federações, que orientou a recusa de seus atletas. Enquanto a Federação de Levantamento de Peso citou que a medida é antidesportiva, a de judô afirmou que não iria aceitar “condições humilhantes”.

COMO OS ATLETAS RUSSOS VÃO COMPETIR?

Para aqueles que aceitaram, como o ex-tenista número um do mundo Daniil Medvedev, competir sob a sigla AIN significa que eles não podem usar as cores dos países no uniforme, que deve ser branco ou monocromático.

Além disso, caso conquistem alguma medalha, será hasteada a bandeira dos Atletas Individuais Neutros. Ainda no pódio, caso algum atleta conquista a medalha de ouro, o hino tocado não é o dos países, mas um feito especialmente para a ocasião, sem letra.

RUSSOS VÃO PARTICIPAR DA CERIMÔNIA DE ABERTURA?

A condição de participar como AIN também faz com que os russos e belarussos fiquem fora da cerimônia de abertura. Isso acontece porque eles não representam nenhum país. A decisão do COI de permitir a participação atende ao pedido de outros atletas que queriam evitar a punição de competidores por causa das ações do governo. Nem todos, porém, concordam com essa posição. Em março, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, afirmou que os atletas da Rússia e de Belarus “não eram bem-vindos” nos Jogos.