O técnico Rogério Ceni, do Bahia, evitou polemizar com o empresário americano John Textor, dono da SAF do Botafogo, que afirmou na semana passada que o time de Salvador venceria “todos os campeonatos por 20 anos consecutivos” se a CBF não criar uma regra de teto salarial no futebol brasileiro.

“Essa parte é administrativa. Eu não tenho muito a comentar sobre isso. Acho que tem equipes com orçamento dobrado em comparação ao do Bahia. O próprio Botafogo contratou belos jogadores. Luiz Henrique fez gol ontem. Foram 20 milhões de euros, se não me engano”, comentou o treinador do Bahia, em referência aos gastos do clube carioca nas últimas janelas de transferência.

Questionado sobre o assunto em entrevista coletiva, realizada na noite de domingo, Ceni se esquivou da polêmica. “Não entro muito nesse mérito. É uma democracia, cada um tem o direito de falar. Eu não entro numa análise mais administrativa, já temos muitos problemas na parte do futebol.”

Na semana passada, Textor demonstrou preocupação com outros investimentos do exterior no Brasil e defendeu teto salarial para as equipes do País. Ele disse ver um problema com a injeção de dinheiro por países como o Catar, que investe no Paris Saint-Germain (rival do Lyon, de Textor na França), e os Emirados Árabes Unidos, donos do Grupo City (CFG), que controla a SAF do Bahia no Brasil e é concorrente do Botafogo.

E mencionou diretamente os investimentos do CFG no Bahia. “Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa (Salvador), ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos”, declarou, em entrevista ao site GE.