Saltadora paranaense vive drama com morte do pai, vaga na final e lesão no salto em altura

Redação Bem Paraná com agências
Valdileia Martins

Valdileia Martins (Crédito: Divulgação/Wagner do Carmo/CBAT)

Aos 34 anos, a atleta paranaense Valdileia Martins viveu seu maior desafio na carreira neste fim de semana. Competindo no salto em altura na Olimpíada de Paris, ela obteve a classificação para a final dos Jogos de Paris-2024 – sua primeira competição olímpica – igualando o recorde brasileiro ao passar pelo sarrafo a 1,92m. Mas sofreu uma lesão no tornozelo que provocou uma corrida contra o tempo para que ela participasse da decisão, neste domingo (4).

Desde a sexta-feira (2), quando a classificação dela para a final confirmada, as equipes médica e fisioterápica entraram em ação. Ela sofreu uma entorse no médio pé esquerdo, apresentava dor no local e edema moderado. Essa lesão prejudicava a corrida que antecede o salto e também o movimento de saltar, que são fundamentais nesta disputa.

Na final, a paranaense de Querência do Norte deu os primeiros passos em direção ao sarrafo e sentiu a região lesionada, imediatamente desistindo da competição.

A vitória na prova foi da ucraniana Yaroslava Mahuchikh, detentora do recorde mundial de 2,10m. Nos Jogos Olímpicos, ela saltou 2,00m e superou a australiana Nicola Olyslagers, que fica com a prata, por ter mais erros. O pódio foi completado por Eleanor Patterson, da Áustrália, e Iryna Gerashchenko, da Ucrânia, que compartilharam o bronze após falharem três vezes na marca de 1,98m.

Com se não bastasse, Valdileia foi abalada por outra notícia. Na segunda-feira (29), ela foi informada por familiares da morte do pai, Israel Martins, aos 74 anos, vítima de um ataque cardíaco. Ele foi um dos principais incentivadores da filha no esporte, a ajudou a improvisar materiais para simular uma prova de salto em altura em sua casa, em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), em Querência do Norte.

Valdileia não pôde acompanhar o velório do pai presencialmente e decidiu permanecer nos treinamentos para as provas do salto. Tendo o pai como grande apoiador, a atleta optou por persistir em um sonho que também era dele.