Divulgação/Londrina Esporte Clube – Celsinho

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) começou a avaliar o caso de injúria racial relatado pelo meia Celsinho, do Londrina, no jogo contra o Brusque, no último sábado (dia 28), pela Série B do Campeonato Brasileiro. Os procuradores vão avaliar a súmula (documento oficial da partida preenchido pelo árbitro) e vídeos. Com esse material, vão definir quem será denunciado (clube e pessoas envolvidas) e em quais artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) serão enquadrados.

A diretoria do Londrina e Celsinho vão se reunir ainda nesta segunda-feira (dia 30) para definir quais medidas serão tomadas.

A súmula publicada no site da CBF, assinada pelo árbitro Fábio Augusto Santos Sá Junior, do Sergipe, relatou o episódio. “Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, sr.celso luis honorato junior informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: ‘vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha’, por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, staff da equipe do Brusque. Informo ainda que o referido atleta, juntamente com o diretor de futebol da equipe do Londrina, sr. Germano Cardozo Schweger, estiveram na porta do vestiário da arbitragem, após o término do jogo e confirmaram o relato acima”, diz o texto. Petermann é presidente do Conselho Deliberativo do Brusque.

Em redes sociais, clubes como o Botafogo e o Marcílio Dias (SC) manifestaram solidariedade a Celsinho e afirmaram que repudiam o racismo.

A diretoria do Brusque publicou no seu site nota sobre o caso. O clube nega a acusação e ataca o jogador, afirmando que ele “é conhecido por se envolver neste tipo de episódio”.

Veja a nota do Brusque na íntegra:
“O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido. O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira “perseguição” ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de “macaco”, mas sim que teriam dito “vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha”, o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos. O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.

A Diretoria”