2 – Em revés para Trump, Senado aprova retirada das forças dos EUA da guerra do Iêmen

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Senado americano aprovou nesta quinta-feira (13) duas medidas que vão contra a Arábia Saudita, em um duro recado ao presidente Donald Trump de que os parlamentares esperam uma condenação mais contundente ao país por sua participação na morte do jornalista Jamal Khashoggi.

Por 56 votos contra 41, o Senado de maioria republicana, mesmo partido de Trump, aprovou uma resolução pelo fim da assistência militar americana à coalizão internacional liderada pela Arábia Saudita na guerra civil do Iêmen. 

A coalizão apoia as forças do governo iemenita contra a milícia rebelde houthi em um conflito que, desde 2014, deixou milhares de mortos, além de uma grave epidemia de fome que já afeta cerca de 20 milhões de iemenitas.

Apesar de a medida ainda ter de passar pela Câmara dos Deputados, o que não deve ocorrer neste ano, a aprovação marcou a primeira vez que uma das casas do Congresso apoia a retirada das forças americanas de um conflito internacional sob o Ato de Poderes de Guerra. A lei, aprovada durante a Guerra do Vietnã, limita a habilidade do presidente de utilizar as tropas do país em conflitos sem o apoio do Congresso.

Imediatamente após a votação, o Senado apoiou de maneira unânime uma segunda resolução em que condena o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, pela morte do jornalista dissidente Jamal Khashoggi e insiste que a Arábia Saudita leve à Justiça todos os responsáveis pelo crime.

Khashoggi foi morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro, em um crime que, segundo a CIA (agência de inteligência americana), foi ordenado por Bin Salman para calar o jornalista, crítico do regime. Trump questionou as descobertas da inteligência americana e, mesmo diante da condenação internacional,  continuou a apoiar o príncipe saudita, aliado econômico e diplomático de peso para os EUA.