SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma polêmica tomou conta do debate sobre o “brexit” no Parlamento britânico nesta quarta-feira (19) e não tinha nada a ver com os termos da saída britânica da União Europeia.

Em meio a uma sessão especialmente acalorada no Parlamento, com mais vaias e ataques pessoais, a primeira-ministra, Theresa May, ironizava as ameaças do líder opositor trabalhista, Jeremy Corbyn, de convocar uma moção de desconfiança contra ela.

Visivelmente irritado com os ataques de May, Corbyn teria chamado a chefe de estado de “mulher estúpida”. 

Diante de críticas, o porta-voz de Corbyn insistiu que o líder do Partido Trabalhista disse “pessoas estúpidas”, em referência aos parlamentares conservadores. Não foi o suficiente para acalmar os ânimos, com legisladores do lado conservador gritando “vergonha” e “desonroso”. 

Corbyn teve de prestar esclarecimentos diante do Parlamento para dizer que falou “pessoas estúpidas”, “em referência àqueles que eu acredito buscarem uma forma de transformar o debate sobre a crise nacional que nosso país enfrenta em uma pantomina como ‘pessoas estúpidas'”.

O presidente da Casa dos Comuns, John Bercow, disse que não viu Corbyn falando as palavras, mas que procuraria as filmagens e daria um veredicto ainda nesta quarta-feira.

O incidente ocorre em meio a um esforço do Parlamento britânico para combater bullying e assédio e abuso sexual. Neste ano, um grupo multipartidário reportou que um em cada cinco funcionários da Casa vivenciaram ou testemunharam assédio sexual no ano anterior.

Cobyn afirmou ser completamente contra o uso de linguagem sexista ou misógina “de qualquer forma”.

Não é a primeira vez que um líder político é acusado de usar linguagem sexista. Em 2011, o então primeiro-ministro David Cameron foi acusado de sexismo quando ele adotou uma frase de efeito de um comercial popular no país e disse a uma parlamentar “acalme-se, querida”.