Christiane Yared, mãe Gilmar Rafael Yared, uma das vítimas no acidente causado pelo ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, disse na saída do julgamento que a pena de 9 anos e quatro meses não é o mais importante. “O que importa é a mudança que esse julgamento gera. A Justiça está compreendendo que a morte no trânsito causada por alta velocidade e embriaguez é um golpe”, disse ela, emocionada. “Não importa a pena, a pena dele um dia acaba. A pena tem tempo de validade, a minha não tem, afirmou. 

Carli Filho é condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por duplo homicídio com dolo eventual

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Ela disse que o Brasil precisa mudar o seu comportamento. “Não adianta leis rígidas de trânsito se o comportamento das pessoas não mudarem. Esse julgamento é uma conquista das famílias que não querem mais que o Brasil seja o país da impunidade”. Ela avisou que a luta continua. “Minha vontade era abraçar meu filho e dizer que a mãe vai continuar lutando por um trânsito seguro”. 

Os jurados  condenaram o  ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, por duplo homicídio com dolo eventual, nesta quarta (28) no Tribunal do Júri, em Curitiba. A pena calculada pelo juiz Daniel Avelar é de nove anos e quatro meses de prisão. Apesar da condenação, Carli ainda não será preso, porque pode recorrer em liberdade.

A decisão foi tomada pelo  Conselho de Sentença do Tribunal do Júri foi formado por sete pessoas da sociedade civil, escolhidas por sorteio em um grupo de 25, previamente convocadas pela Justiça. O ´placar` de votação ainda não foi informado. 

O julgamento recomeçou nesta quarta-feira (28), no Tribunal do Júri, em Curitiba  Após a explanação da defesa e do Ministério Público, rélicas e tréplicas, os jurados foram para sala especial por volta das 16h30. Lá eles responderam as perguntas lidas pelo juiz (veja abaixo). votaram por cédulas e o juiz anunciou a sentença. O julgamento começou às 13 horas de terça-feira (27) e se estendeu até aproximadamente 22h30 e recomeçou as 9 horas desta quarta. No primeiro dia, foram ouvidas seis testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação, e o próprio réu. Nesta quarta-feira, o julgamento foi retomado com o debate entre as partes: acusação e defesa, o que durou cerca de sete horas.  A defesa do ex-deputado esperava voto sim dos jurados na terceira das quatro perguntas, o que desqualificaria o dolo do caso, o que não aconteceu.  A defesa alegava que Carli Filho errou ao beber e dirigir, mas não matou porque quis. O julgamento foi conduzido pelo juiz Daniel Avelar, da 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba.