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Martinelli, contra a Argentina (foto: Staff Images / CBF)

O Brasil perdeu para a Argentina por 1 a 0 na noite destra terça-feira (21), no Maracanã, no Rio de Janeiro. O jogo era válido pela 6ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Além do resultado, histórico para o futebol brasileiro – mas por um motivo negativo –, a partida ficou marcada por uma confusão entre a torcida argentina e a Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Foi a primeira vez na história que o Brasil perdeu um jogo de Eliminatórias de Copa do Mundo dentro de casa. E foi a 7ª vez, em toda a história, que a seleção perdeu um jogo de competição em território brasileiro. As outras foram para o Paraguai (1 a 2, Copa América de 1949), Uruguai (1 a 2, Copa do Mundo de 1950), Peru (1 a 3, Copa América de 1975), Alemanha (7 a 1, Copa do Mundo de 2014), Holanda (3 a 0, Copa do Mundo de 2014) e Argentina (1 a 0, final da Copa América de 2021).

Com o resultado, o Brasil ficou em 6º nas Eliminatórias. A equipe do técnico Fernando Diniz vinha de duas derrotas seguidas (para Uruguai e Colômbia) nos dois jogos anteriores e soma 7 pontos. A Argentina lidera, com 15, seguida de Uruguai (13), Colômbia (12), Equador (8) e Venezuela (8). Os seis primeiros no classificatório vão à Copa e o sétimo colocado disputa uma vaga em uma repescagem intercontinental.

TORCIDA

Antes do jogo, uma briga entre torcedores brasileiros e argentinos aconteceu no setor sul do Maracanã, e a polícia agiu com violência. A confusão começou porque os brasileiros vaiaram o hino da Argentina, causando revolta nos argentinos. As duas torcidas estavam no mesmo setor da arquibancada do Maracanã, sem separação. Com a confusão, torcedores da Argentina foram acuados pela polícia. Alguns foram retirados com cortes e sangramentos. Ao todo, oito foram presos por conta da confusão e dois foram atendidos no posto médico do Maracanã.

No meio da confusão havia familiares dos jogadores argentinos. Liderada pelo capitão Lionel Messi, a seleção da Argentina abandonou o gramado, em protesto, e retornou ao vestiário. Depois, acaram voltando. O jogo, programado para começar às 21h30, só foi iniciado às 21h57.

O JOGO

O Brasil começou num 4-2-3-1, com dois meio-campistas (André e Bruno Guimarães), dois extremos (Raphinha e Martinelli), Rodrygo como meia-atacante centralizado e Gabriel Jesus de centroavante.

O clima do jogo também começou quente. Gabriel Jesus levou o primeiro cartão amarelo logo a 6 minutos, por ter acertado a mão no rosto do argentino De Paul. Aos 14, Raphinha levou cartão amarelo pelo mesmo motivo. Pouco depois, De Paul deixou o braço nas costas de Bruno Guimarães já sem disputa de bola, e não foi advertido. O lateral Carlos Augusto também levou amarelo.

Enquanto a Argentina chegou a finalizar três vezes em 10 minutos, o Brasil só consegui chegar perto do gol adversário depois dos 30 minutos. Raphinha cobrou falta, a bola desviou na barreira e assustou. Depois, Martinelli aproveitou um rebote do goleiro Dibu Martinez e finalizou, mas Acuña salvou quase em cima da risca.

O Brasil voltou para a etapa final com o zagueiro Nino no lugar do zagueiro Marquinhos, que sentiu uma lesão. Aos 9 minutos, Raphinha passou por Acuña e chutou em cima de Martínez. Aos 12, Gabriel Jesus dividiu com Acuña e a bola sobrou para Martinelli, que chutou rasteiro, mas Martínez fez grande defesa. Apesar do bom momento, foi a Argentina quem abriu o placar, aos 18 minutos. Lo Celso cobrou escanteio e Otamendi ganhou de André e Gabriel Magalhães pelo alto para cabecear no ângulo direito.

Aos 26, Diniz trocou o zagueiro Gabriel Magalhães pelo volante Joelinton – André ficou na zaga – e Raphinha por Endrick no ataque. Aos 33, Douglas Luiz entrou no lugar de Bruno Guimarães e Raphael Veiga substituiu Martinelli. Aos 36, Joelinton foi expulso, por revidar um puxão de De Paul e bater na cara do argentino. Com a desvantagem no placar e um jogador a menos em campo, o Brasil não teve forças parta chegar ao empate, mesmo com seis minutos de acréscimo.

ESTATÍSTICAS

Ao fim do jogo, o Brasil obteve 8 finalizações (4 certas), 50% de posse de bola, 88% de passes certos e 4 escanteios. A Argentina somou 8 finalizações (2 certas), 50% de posse de bola, 86% de passes certos e 3 escanteios. Os números são do site Sofascore.

BRASIL 0 x 1 ARGENTINA

BRASIL: Alisson; Emerson Royal, Marquinhos (Nino), Gabriel Magalhães (Joeliton) e Carlos Augusto; André e Bruno Guimarães (Douglas Luiz); Raphinha (Endrick), Rodrygo e Gabriel Martinelli (Raphael Veiga); Gabriel Jesus. Técnico: Fernando Diniz
ARGENTINA: Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi, Acuña (Tagliafico); De Paul, Enzo Fernández (Paredes), Mac Allister, Lo Celso (Nicolás González); Messi (Di Maria), Julián Álvarez. Técnico: Lionel Scaloni
Gol: Otamendi (18-2º)
Cartões amarelos: Gabriel Jesus, Raphinha, Carlos Augusto (Brasil)
Cartão vermelho: Joeliton (Brasil)
Árbitro: Piero Maza (CHI)
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)