De acordo com dados da Unicef (Fundo da ONU para a Infância), 3,7 milhões de crianças brasileiras são órfãs de pai ou de mãe. O Brasil está na nona posição entre os países em desenvolvimento com o maior número de órfãos no mundo. O maior número de órfãos, no entanto, está na Índia – mais de 25 milhões – mas os países onde a Aids tem forte incidência contam com números cada vez mais expressivos de órfãos.

Entre os países que mais contam com órfãos está também a China, com 20 milhões, seguida pela Nigéria com 8,6 milhões, Indonésia com 5,3 milhões, Etiópia com 4,6 milhões e Bangladesh com 4,4 milhões de órfãos. Segundo a Unicef, o fenômeno não apenas tem um efeito psicológico devastador para essas crianças, como a profunda a pobreza em muitas regiões.

Os dados da Unicef de 2005 revelam ainda que a perda do pai no Brasil é muito mais freqüente que a da mãe para muitas crianças. No total, cerca de 3 milhões de crianças no País sofreram a morte do pai. Entre os órfãos de pai e mãe, o número chegaria a 150 mil.

No total, cerca de 15,2 milhões de crianças em todo o mundo perderam seu pai ou mãe apenas por conta da Aids. 80% desses casos estão na África. No total, cerca de 2,3 milhões de crianças estão contaminadas pela Aids em todo o mundo. 380 mil crianças com menos de 15 anos morreram em 2006 por causa da doença e 530 mil novos casos foram registrados entre essa parcela da população.

Para a Unicef, cerca de US$ 30 bilhões serão necessário para reverter a situação de vulnerabilidade das crianças no mundo e, se nada for feito para frear o avanço da Aids, o número de órfãos da doença pode chegar a 20 milhões em 2010.

Num relatório divulgado hoje, a entidade aponta que apenas 10% das crianças contaminadas pelo vírus HIV contam com tratamento. Apenas uma a cada dez grávidas contaminadas conta com recursos para evitar que a doença passe para a criança. Os piores casos são de Botsuana e da Suazilândia, onde um terço das grávidas está infectada.

Apenas em sete países, entre eles o Brasil, os governos conseguem dar tratamento a mais de 20% das crianças infectadas. A meta da Unicef, porém, é de conseguir distribuir os remédios para 80% das crianças até 2010. Para isso, porém, precisará de novos recursos.

O Brasil é considerado como um dos poucos países que consegue distribuir remédios para mais de 40% das 14 mil mulheres grávidas infectadas pela Aids no País. Entre as crianças brasileiras, 7,5 mil recebem o tratamento, um dos maiores números entre os países emergentes.

O comportamento dos jovens também é alvo de preocupação da Unicef. Segundo um levantamento, apenas 23% das meninas na áfrica afirmam usar preservativos. Entre os meninos, a taxa é de 31%.