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Festival de cinema Negros em Ação, de Porto Alegre, prorrogada as inscrições. (Divulgação)

As inscrições para o V Festival Cinema Negro em Ação foram prorrogadas. O evento é realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine) e da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), em Porto Alegre. A mostra competitiva é dividida em quatro categorias, videoclipes, videoarte, curtas-metragens e longas-metragens. Serão aceitas produções em formato digital, de temática livre, realizadas por pessoas negras ou com protagonismo negro nos processos de criação ou autoria do projeto.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 29 de agosto, no formulário online disponível no link.

O evento, que acontece entre os dias 17 e 20 de outubro em Porto Alegre, terá formato híbrido, com exibição dos filmes selecionados na programação da TVE-RS, TV Brasil, Prime Box Brazil, plataforma Todes Play e nas salas da Cinemateca Paulo Amorim – localizada na Casa de Cultura Mario Quintana. As obras participantes serão divulgadas no dia 16 de setembro nas redes sociais da competição (@cinemanegroemacao) e do Instituto Estadual de Cinema (@ieciners).

A cerimônia de premiação está prevista para o último dia de programação presencial, 20 de outubro, na CCMQ.Além do reconhecimento aos melhores nos quatro gêneros de produção, serão concedidos os Prêmios Destaque RS em oito categorias: Direção, Roteiro, Intérprete, Montagem, Trilha Sonora, Desenho de Som, Direção de Arte e Direção de Fotografia. Na competição de longas-metragens, pela primeira vez na história do Festival, será implementada a categoria de Júri Popular para a disputa do prêmio.Para abrir a Mostra Especial deste ano, a curadoria aposta em um resgate histórico de grande peso para o Rio Grande do Sul e para o Brasil como um todo: o filme “Um é pouco, dois é bom”, do diretor Odilon Lopez.

A escolha é uma homenagem póstuma ao cineasta e jornalista que, na década de 1970, fez um dos primeiros longas-metragens dirigidos por um homem negro no Brasil.A mostra inclui filmes como “Porto dos Mortos”, de Davi Pinheiro, e “O Tempo”, de Ellen Rocha. Além do primeiro episódio das séries “Filhos da Liberdade”, de Mariani Ferreira e Fabrício Cantanhede, e “Centro Liberdade”, de Cleverton Borges, Bruno Carvalho e Lívia Ruas.

De acordo com a diretora do Iecine, Sofia Ferreira, “a possibilidade de vislumbrar um futuro inspirador através do cinema, nesse ano tão desafiador para o Rio Grande do Sul, é o que nos motiva para compor esta edição”. A dirigente comemora a realização desta que é a quinta edição do Cinema Negro em Ação e reforça que o objetivo simbólico é “celebrar nossas trajetórias e nossos talentos, frutos de resistência e alta capacidade de reinvenção”.

O festival também promove o encontro Mercado & Conteúdos, em que estão previstas ações formativas voltadas para cineastas e entusiastas, abordando temas como desenvolvimento e estudo de caso de roteiro. Com foco em projetos de longas-metragens e séries, o encontro oportuniza trocas com nomes relevantes do cenário nacional, como o renomado roteirista Marton Olympio, para mentoria dos projetos selecionados desta edição. 

Esse eixo ainda inova neste ano através de uma parceiria com a APAN (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro), somando forças ao festival e oferecendo um seminário sobre distribuição nacional.A abertura do festival, no dia 17 de outubro, na Travessa dos Cataventos da Casa de Cultura Mario Quintana, inclui apresentação do Rapper Zudizilla, artista gaúcho que ganhou o Brasil com o álbum De César à Cristo, que reflete as estruturas sociais do país.

Com dois álbuns lançados, Zudizilla é um dos mais importantes nomes da cena contemporânea do Sul. Suas rimas versam sobre o racismo presente no Estado, e apontam para um futuro de superação de obstáculos. Além de ser um destaque no RAP nacional, em 2021, o artista lançou seu primeiro trabalho como roteirista em um curta-metragem baseado nas pesquisas da teórica negra pelotense Winnie Bueno, intitulado Vozes do Silêncio. O rapper ainda destaca-se como uma referência para jovens negros.