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(Foto: Reprodução)

Tallis Gomes foi expulso do conselho consultivo da Hope e renunciou o cargo na G4 comunicação. As decisões foram divulgadas neste sábado (21).

A expulsão da Hope ocorreu após a herdeira e sócia-diretora da companhia, Sandra Chayo, sair em defesa do empresário em suas redes sociais, o que gerou uma repercussão negativa ante o posicionamento da companhia.

“Acreditamos que esse é um momento em que ele precisa refletir sobre a importância das lideranças femininas e como essa evolução traz ganhos e benefícios para toda sociedade, que não irá retroceder”, disse no novo posicionamento neste sábado.

Ainda conforme o comunicado oficial, a Hope é liderada por mulheres, e a “liberdade e o respeito em escolher nossos caminhos pessoais e profissionais são valores inquestionáveis” à empresa. “A Hope é liderada por mulheres, e liberdade e o respeito em escolher nossos caminhos pessoais e profissionais são valores inquestionáveis para nós”, declarou a nossa assinada pela herdeira da Hope.

Em publicação no Instagram, Chayo já havia dito: “Realmente, o Tallis foi infeliz com as palavras, já reconheceu e pediu desculpas”, escreveu a executiva. “Trabalho com ele há muitos anos e sei que o story que ele postou não representa a pessoa que ele é. Além disso, ele sempre busca aprender e evoluir. E tenho certeza de que vai crescer com essa história”, disse Sandra Chayo, uma das herdeiras do grupo Hope.

A G4, por sua vez, publicou uma nota em seu perfil no Instagram na noite deste sábado.

Comentário polêmico

O comentário publicado no Instagram pelo presidente do G4 educação, Tallis Gomes, no qual ele diz “Deus me livre de mulher CEO”, provocou uma série de retaliações nas redes sociais, especialmente no LinkedIn, feitas por executivas que criticaram a fala e reforçavam o orgulho de serem executivas mulheres, com nomes que vão da presidente do Banco do Brasil, a CEO do Grupo Publicis no Brasil, a empresária Nathália Rodrigues, do Nath Finanças, e outras mulheres do mercado nacional.

Depois da primeira postagem, quando o tema havia repercutido em grupos de WhatsApp que incluem advogadas e mulheres do setor empresarial, Gomes fez nova publicação, na qual pediu desculpas pelo “erro” e disse ter sido “infeliz ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida”. Antes da retratação, ele também recebeu comentários, nas redes sociais, de mulheres ex-alunas do G4 que diziam ter se arrependido de ter pago pelos cursos da empresa.

Em publicação no Instagram na quarta-feira, 18, Tallis Gomes havia escrito que “salvo raras exceções, essa mulher (CEO) vai passar por um processo de masculinização que vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano”. Ele também diz que posições como a dele exigem que o CEO seja “muito cascudo para suportar” e que “o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem” e que a mulher deve usar “a energia feminina nos lugares certos, lar e família”.

Depois da primeira postagem, Gomes fez nova publicação, na qual pediu desculpas pelo “erro” e disse ter sido “infeliz ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida”. Por meio de nota, o G4 Educação afirmou que Gomes errou e que o posicionamento do presidente “não representa a empresa nem sua trajetória”.

“Em momento algum no meu texto eu quis questionar a capacidade de uma mulher ser CEO, disse única e exclusivamente, com as palavras erradas e com o tom errado, quem eu gostaria do meu lado como minha mulher”, disse Gomes, na retratação.

Não é a primeira vez que suas falas ganham repercussão. Neste ano, em um podcast, ele já afirmou que não contrata “esquerdista” e que seus funcionários trabalham “80 horas por semana”.