Temporais em São Paulo matam sete pessoas e deixam milhões no escuro

Segundo Enel, distribuidora que atende a região, há necessidade de "reconstruir trechos inteiros" da rede elétrica

Redação Bem Paraná
chuva

Temporais em SP. Na imagem, queda de árvore em Santo André, na Grande São Paulo (Foto: Abraão Cruz/Reprodução)

O estado de São Paulo vem sendo atingido desde a noite de sexta-feira (11 de outubro) por temporais, com 98 municípios sendo afetados por fortes chuvas e rajadas de vento que chegaram a ultrapassar a velocidade de 100 km/h. Sete pessoas acabaram falecendo em ocorrências diversas e mais de 2 milhões chegaram a ficar sem energia elétrica – sendo que mais de 1 milhão ainda não teve o acesso à eletricidade restabelecido.

As mortes, registradas nos municípios de Bauru (três), São Paulo (uma), Diadema (uma) e Cotia (duas), foram provocadas por quedas de árvore (duas mortes) ou de muros (cinco mortes). No caso mais grave, em Bauru, um muro caiu sobre três pessoas (dois adultos e uma criança) que faleceram no bairro Parque Paulista, junto com um cachorro da família que também foi atingido.

De acordo com a Enel, empresa que fornece energia para a Grande SP, os temporais chegaram a deixar 2,1 milhões de clientes sem energia. Desses, mais de 1,6 milhão ainda estavam sem luz até ontem e não há previsão para o restabelecimento completo do serviço.

Segundo a empresa, a demora se deve à necessidade de “reconstruir trechos inteiros da rede”. Ainda conforme a Enel, a energia foi restabelecida para 500 mil clientes e que 500 geradores serão disponibilizados para os moradores de locais mais críticos. Além disso, dois helicópteros estão sendo utilizados para verificar os danos na rede elétrica.

“De imediato, a companhia acionou um plano de emergência e cerca de 800 equipes (1,6 mil técnicos) estão em campo. Ao longo do dia, a empresa mobilizará cerca de 2500 técnicos”, completou.

Ministério cria sala de situação para acompanhar o retorno do serviço após temporais

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou neste sábado (12) a instalação de uma sala de situação para acompanhar o trabalho de restabelecimento de energia elétrica em São Paulo, após os temporais.

Em nota divulgada à imprensa, a pasta diz que o ministro considera que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “se mostra falha na fiscalização” da Enel, distribuidora de energia que atua em São Paulo. Segundo Silveira, a agência tem o dever que cobrar celeridade da Enel para garantir o restabelecimento da energia.

“A agência claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de problemas da Enel ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”, diz a nota.

O ministério também afirma que a Aneel “não deu qualquer andamento” ao processo que pode levar ao fim da concessão da empresa.

“O MME esclarece ainda que não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a falta de apuração adequada da Aneel no caso não pode ser justificada”, completou a pasta.