Países do Brics afirmaram estar “extremamente preocupados com os conflitos contínuos no Oriente Médio e no norte da África”, em declaração divulgada nesta quarta-feira, 23, no âmbito da cúpula de líderes em Kazan, na Rússia. O documento, entretanto, apenas menciona a guerra na Ucrânia ao reiterar “posições nacionais” e pedir por uma solução diplomática e pacífica do conflito, sem especificar detalhes.

Especificamente no Oriente Médio, o Brics defendeu um cessar-fogo “imediato e permanente” na Faixa de Gaza, com a libertação de todos os prisioneiros e reféns dos dois lados, além da implementação da “solução de dois Estados” e convivência pacífica entre Palestina e Israel. O comunicado condena os ataques israelenses em áreas residenciais no sul do Líbano e pede que a soberania do país seja preservada para garantir a estabilidade do Oriente Médio, evitando novas escaladas.

O grupo também defendeu uma solução pacífica para disputas geopolíticas em nível internacional, apontando preocupação com o aumento da violência e dos conflitos.

O Brics reforçou ainda a intenção de fortalecer países do Sul Global por meio do multilateralismo, dando foco especial para economias emergentes, em desenvolvimento e países pobres. Em nota, o grupo defendeu a reforma de diversos órgãos internacionais para a ampliar a inclusão destes países, incluindo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os países-membros do Brics também expressaram preocupação com medidas econômicas “unilaterais, coercitivas e ilegais”, incluindo a imposição de sanções comerciais, e seus efeitos prejudiciais para a economia global. “Assim, pedimos sua eliminação”, afirmou, sem detalhar as medidas em questão. Membros do Brics, Rússia e China viram um aumento no número de sanções comerciais pelos EUA e países aliados nos últimos meses.