Dois municípios paranaenses estão entre as cidades brasileiras com mais salas de exibição disponíveis para seus habitantes. É o que revela o Anuário Estatístico do Audiovisual Brasileiro 2023, divulgado no final de agosto pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Conforme o documento, Curitiba e Londrina (no norte do Paraná) estão entre as grandes cidades com melhor relação habitantes por salas de cinema.
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No ano passado, sempre de acordo com o Anuário, o Brasil somava 3.468 salas de exibição. Em relação ao ano anterior, houve um incremento de 1,6% – o equivalente a 53 salas a mais num ano em relação ao outro. O Paraná, por sua vez, é a quarta unidade da federação com mais salas de cinema: 215 ou 6,2% do total no país. Apenas São Paulo (1.099), Rio de Janeiro (371) e Minas Gerais (274) apresentam números mais expressivos.
Entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, duas cidades paranaenses aparecem em destaque na pesquisa. A primeira delas é Curitiba. Com 80 salas de exibição (37,2% do total no estado), a Capital é a quarta grande cidade brasileira com melhor relação habitantes por sala de cinema, com uma sala para cada 22.171 moradores. A outra é Londrina, no norte paranaense, com 25 salas de exibição e uma relação de 22.239 habitantes por sala.
Municípios da Grande Curitiba são ‘destaque negativo’
Por outro lado, outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) apareceram como ‘destaque negativo’ no Anuário.
Piraquara e Colombo, por exemplo, apresentam duas das piores relações de habitantes por salas de exibição entre os municípios com 100.001 a 500 mil habitantes. Na primeira localidade, há apenas uma sala de exibição à disposição dos 118.730 moradores. Na segunda, são duas salas de cinema, o equivalente a uma sala para cada 116.106 habitantes.
Além disso, há ainda o caso de Araucária (também na RMC), que é uma das cidades mais populosas sem qualquer sala de exibição. Ou seja, os 151.666 moradores do município metropolitano precisam se deslocar para outra cidade para poder curtir a Sétima Arte.
Um em cada quatro filmes exibido é nacional, mas público ainda é ínfimo
Em 2023, revelam ainda os dados da Ancine, um total de 376 filmes foram exibidos nas salas de cinema de todo o Paraná. E chama a atenção o fato dos títulos brasileiros terem tido uma participação expressiva, respondendo por 24,7% dos filmes exibidos. Ou seja, quase um quarto das obras exibidas no Paraná (o equivalente a 93 filmes) eram títulos nacionais, brasileiros.
A participação do público na exibição dessas obras, no entanto, ainda é bem pequena. Isso porque 6,63 milhões de pessoas foram aos cinemas ao longo do ano passado. Mas 97,99% dessas pessoas (o equivalente a um público de 6.500.258) foram assistir obras estrangeiras. O cinema nacional, por sua vez, levou somente 133.511 paranaenses às salas de exibição. Isso equivale a 2,01% do público total nos cinemas de todo o estado.
Uma vez que foram realizadas 15.391 sessões com filmes nacionais e outras 232.291 com a exibição de obras estrangeiras, cada sessão que exibiu filme brasileiro recebeu, em média, nove pessoas. Já as sessões com obras estrangeiras receberam, por sessão, uma média de 28 pessoas – uma diferença de 211,1%.
Público nos cinemas paranaenses volta a cair em 2024
Finalmente, informações extraídas do Painel Indicadores do Mercado de Exibição, também da Ancine, revelam que no ano de 2024 houve, até aqui, uma redução no público dos cinemas paranaenses. É a primeira queda registrada desde 2021, período fortemente impactado pela pandemia de Covid-19 e que levou a uma grave crise no mercado cinematográfico.
Neste ano, até 11 de setembro, os cinemas paranaenses receberam um público total de 4.984.295, o que gerou uma renda de R$ 97,68 milhões. No ano passado, nesse mesmo período, 5.204.962 pessoas já haviam ido aos cinemas, o que gerou um faturamento de R$ 102,73 milhões.
Dessa forma, os cinemas do Paraná seguem distante do patamar de público registrado antes da crise sanitária. Em 2018, por exemplo, o público no estado somou 8,2 milhões ao longo de todo o ano, número que saltou para 9,4 milhões no ano seguinte. Já em 2020 e 2021, anos fortemente marcados pela pandemia, esse público foi de apenas 2 milhões e 2,6 milhões, respectivamente. Em 2022 (5,6 milhões) e 2023 (6,6 milhões) houve melhora, mas ainda longe do patamar pré-pandêmico.