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(Imagem: JPL/NASA)

Nesta semana, dois asteroides classificados como NEOs (Objetos em Órbita Próxima da Terra) farão suas máximas aproximações com o nosso planeta. Hoje, dia 27 de junho, o asteroide (415029) 2011 UL21, com 2,3 km de diâmetro, atingirá cerca de 6,5 milhões de quilômetros da Terra.

Já no dia 29 de junho, próximo sábado, o asteroide 2024 MK, de cerca de 150 metros de diâmetro, passará a 290 mil km de distância. Os dados são do JPL/NASA. Ambos os objetos são também classificados como Asteroides Potencialmente Perigosos devido aos seus tamanhos e distâncias mínimas de aproximação com a Terra.

Na tarde desta quinta-feira, às 17h14 (Hora Legal de Brasília), o asteroide (415029) 2011 UL21 passará a uma distância de 0.044 unidades astronômicas – cerca de 17 vezes maior do que a distância entre nosso planeta e a Lua. Lembrando que uma unidade astronômica corresponde a cerca de 150 milhões de quilômetros.

Conforme explicou o astrônomo e pós-doc do Observatório Nacional (ON/MCTI), Dr. Filipe Monteiro, o asteroide 2011 UL21, com 2,3 km de diâmetro, é um dos maiores objetos conhecidos na região próxima à Terra, mas não oferece perigo de impacto com o nosso planeta. “Por ser um objeto com características peculiares, com uma órbita fortemente inclinada ao redor do Sol, ele deve ser monitorado e investigado durante essa passagem próxima ao nosso planeta”, pontuou Filipe.

Asteroide 2024 M

Além do (415029) 2011 UL21, outro asteroide menor passará “próximo” ao nosso planeta nesta semana. Trata-se do asteroide 2024 MK, que tem entre 120 e 260 metros de diâmetro, e passará a cerca de 0.002 UA (ou seja, apenas 290 mil km da Terra) no dia 29 de junho. Na ocasião, o asteroide passará entre a Terra e a Lua a mais de 30 mil km/h, tendo uma aproximação maior do nosso planeta.

O Dr. Filipe esclareceu que, também neste caso, não há risco de colisão do asteroide com o nosso planeta. Contudo, o fato de ele ter sido descoberto apenas uma semana antes de sua máxima aproximação com a Terra revela que ainda há muitos asteroides potencialmente perigosos a serem descobertos. “Além disso, as observações deste objeto serão extremamente importantes para aprimorar sua órbita e, então, avaliar suas chances de impacto no futuro”, destacou Filipe.

De acordo com o astrônomo, ambos os objetos ainda precisam ter suas características físicas determinadas, para então ser possível entender sua origem e formação.

O que são asteroides?

Asteroides são corpos celestes que orbitam o Sol, mas que são pequenos comparados aos planetas do Sistema Solar. Existem muitos asteroides próximos à Terra, sendo a maioria desconhecida.

Alguns deles, em particular os com até 150 metros de tamanho, podem causar graves danos no caso de uma colisão. Por esse motivo, no mundo todo são desenvolvidos programas que visam descobrir e estudar as características físicas desses corpos.

OASI/IMPACTON

No Brasil, o Observatório Nacional lidera as pesquisas nesta área com o Projeto IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra no Observatório Nacional).

O projeto foi criado pelo grupo de Ciências Planetárias com o intuito de inserir o Brasil nas pesquisas científicas relacionadas aos pequenos corpos do Sistema Solar. Para isto, foi construído o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), localizado em Itacuruba, Pernambuco, que conta com um telescópio com espelho de um metro de diâmetro, o segundo maior instalado no Brasil.

Sobre o Observatório Nacional

Fundado em 1827, o Observatório Nacional (ON) é uma Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que desempenha um papel fundamental na construção e desenvolvimento dos campos científicos da Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência no Brasil, nas quais realiza pesquisa, desenvolvimento e inovação, com reconhecimento nacional e projeção internacional. Suas atividades incluem a formação de pesquisadores em cursos de pós-graduação, geração, conservação e disseminação da Hora Legal Brasileira e a divulgação e popularização do conhecimento científico produzido. Saiba mais em: http://www.on.br/