O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, se disse “cético” em relação à possibilidade de a autoridade monetária conduzir um “choque de credibilidade”, começando o ciclo de aumento dos juros com uma elevação mais intensa. Na avaliação dele, é necessário ganhar credibilidade ao longo do tempo, agindo tecnicamente.

“A credibilidade é construída dia após dia”, afirmou Guillen, em um evento organizado pelo banco JPMorgan em Washington, nos Estados Unidos, paralelamente às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. “Vamos olhar as projeções de inflação, o hiato do produto, o balanço de riscos, as dimensões usuais para pensar sobre o melhor caminho para os juros para levar a inflação à meta.”

Guillen repetiu que, na avaliação dele, o principal recado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é que o colegiado tem um “firme compromisso” com a meta de inflação.

Falando sobre o uso de modelos que levam em conta os impactos da política fiscal na curva de juros, ele defendeu que o BC tem de olhar os efeitos “em todos os canais”.