Os ataques a bancos alcançaram 1.693 ocorrências em todo país no primeiro semestre de 2014, uma média assustadora de nove por dia, o que representa um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Desses casos, 403 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 1.290 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No primeiro semestre de 2013, foram registrados 1.552 ataques, sendo 433 assaltos e 1.119 arrombamentos.
Os dados são da 7ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos e São Paulo é o estado que mais uma vez lidera o ranking, com 403 ataques. Em segundo lugar aparece de novo Minas Gerais, com 236, em terceiro o Paraná, com 182, em quarto o Rio Grande do Sul, com 125, e em quinto a Bahia, com 95.
A região Sudeste segue com o maior número de ataques (691), seguida do Nordeste (454), Sul (392), Norte (84) e Centro-Oeste (72).
Prevenção
A Fetravispp e a Contraf-CUT encaminharam cópia da pesquisa para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e para a Polícia Federal, reiterando a necessidade de discutir medidas para prevenir ataques a bancos e proteger a vida das pessoas.
“Cobramos providências para combater as mortes e os ataques a bancos, que ocorrem sobretudo por negligência dos bancos, uma vez de que eles preferem fazer a gestão do lucro em detrimento da proteção da vida de trabalhadores e clientes”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
“Esperamos que esses dados mostrem aos bancos a importância de apresentar propostas de segurança na mesa de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, que ocorre nesta quarta e quinta-feira, dias 27 e 28, em São Paulo”, completa o dirigente da Contraf-CUT.
“Esses dados são muito importantes para o debate com os bancos, as empresas de segurança e a sociedade, bem como para a construção com avanços do projeto de lei de estatuto de segurança privada, que se encontra em elaboração no Ministério da Justiça, para atualizar a lei federal nº 7.102/83”, destaca o presidente da Fetravisp, João Soares .
“O aumento de ataques a bancos no Paraná, principalmente arrombamentos a caixas eletrônicos com maçaricos e assalto a banco, no primeiro semestre deste ano tem a ver com a falta de segurança pública, em destaque as cidades com menos de 20 mil habitantes, que se tornaram alvos comuns das quadrilhas, devido a falta de policiamento, aliada com a instalação desses caixas em locais inseguros e desprovidos de equipamentos de segurança. Isso, mantém o Paraná em terceiro lugar no ranking dos ataques a banco, o que é lamentável, pois os números mostram o descaso com a população que fica exposta as ações dos bandidos”, explica João Soares.
Febraban
O número de assaltos da pesquisa é 2,16 vezes maior que a estatística nacional de assaltos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Enquanto a pesquisa da Contraf-CUT, Fetravisp aponta 403 ocorrências no primeiro semestre deste ano, a Febraban apurou 186 no mesmo período, uma diferença de 217 casos.
Propostas dos vigilantes e bancários para garantir segurança
– Porta giratória com detector de metais antes da sala de autoatendimento com recuo em relação à calçada onde deve ser colocado um guarda-volumes com espaços chaveados e individualizados;
– Vidros blindados nas fachadas;
– Câmeras de vídeo em todos os espaços de circulação de clientes, bem como nas calçadas e áreas de estacionamento, com monitoramento em tempo real e com imagens de boa qualidade para auxiliar na identificação de suspeitos;
– Biombos ou tapumes entre a fila de espera e a bateria de caixas;
– Divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos;
– Cumprimento do plano de segurança de cada estabelecimento, conforme prevê a lei nº 7.102/83, garantindo a presença de no mínimo dois vigilantes, enquanto houver bancários e clientes em agências e postos de atendimento;
– Fim da guarda das chaves de cofres e das unidades por bancários e vigilantes, ficando as chaves na sede das empresas de segurança ou abertura e fechamento por controle remoto;
– Proibição do transporte de valores por bancários; operações de embarque e desembarque de carros fortes somente em locais exclusivos e seguros; e fim do manuseio e contagem de numerário por vigilantes no abastecimento de caixas eletrônicos;
– Atendimento médico e psicológico para trabalhadores e clientes vítimas de assaltos, sequestros e extorsões;
– Escudos e assentos no interior das agências e postos de atendimento para os vigilantes;
– Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros;
– Maior controle e fiscalização do Exército no transporte, armazenagem e comércio de explosivos;
– Isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED) para reduzir a circulação de dinheiro e combater o crime da “saidinha de banco”.