O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, assegurou nesta quarta-feira, 23, que não houve influência política no racha da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, quando diretores indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, votaram por um corte maior dos juros.

“A divisão do Copom em maio não foi política”, afirmou o banqueiro central durante evento com investidores organizado pelo UBS BB em paralelo às reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

Campos Neto reconheceu, no entanto, que o episódio ensinou que divisões podem causar prejuízos.

Os membros do Copom, disse, entenderam que consenso é importante ao menos no curto prazo.

Mesmo assim, se houver divisões no colegiado, não será por política, mas sim por questões técnicas, frisou o presidente do BC, lembrando que, pela autonomia operacional, o BC pôde aumentar juros mesmo em ano de eleição.

Campos Neto salientou a importância de o BC comunicar bem os motivos de seus movimentos e ter boa técnica em suas decisões, inclusive no reforço da mensagem, para convencer o mercado de que vai fazer o que for preciso para a inflação convergir à meta.