O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira, 23, que não há elementos que apontem a um quadro de dominância fiscal no Brasil. “Achamos que nenhum elemento indica dominância fiscal, mas precisamos observar isso”, disse o banqueiro central durante evento com investidores organizado pelo UBS BB em paralelo às reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

Ele considera que a piora da percepção de risco fiscal no mercado não é só quantitativa, mas também qualitativa, e observou que aumentos no prêmio de risco e da inflação implícita são transmitidos para a inflação.

Nesse sentido, o presidente do BC salientou a necessidade de a instituição ter credibilidade em sua comunicação para diminuir o prêmio de risco.

Campos Neto defendeu ainda a harmonia entre as políticas fiscal e monetária como o caminho para reduzir juros estruturalmente. Mais uma vez, observou que sempre que o Brasil conseguiu reduzir os juros estruturalmente, havia uma situação fiscal positiva.

Além disso, Campos Neto ponderou que se a inflação corrente começar a convergir em direção à meta de 3%, o prêmio de risco tende a cair.