A mineração de criptomoedas é um processo importante para a manutenção e o desenvolvimento de diversas redes blockchain. Por trás da complexidade técnica, existe uma grande dependência que pode influenciar muito a eficácia e a eficiência da mineração: a velocidade da internet.
As variações na conectividade podem impactar a mineração cripto e os mineradores devem considerar isso na hora de estabelecer suas operações.
Entenda a mineração de criptomoedas
Antes de aprofundarmos no impacto da velocidade da internet, é preciso entender o que é mineração de criptomoedas. Este processo envolve a utilização de computadores potentes para resolver problemas matemáticos complexos que validam transações na rede. O primeiro minerador a resolver o problema recebe como recompensa novas unidades da criptomoeda e as taxas das transações verificadas.
É claro que cada projeto de token tem suas regras específicas sobre a obtenção de novos ativos, incluindo as recompensas por minerar. Mas os melhores projetos de criptomoedas, apesar de ter a mineração como base para a obtenção de tokens adicionais, também incluem sorteios e missões dentro dessas possibilidades.
A mineração tem duas funções principais: ela adiciona novas moedas ao mercado (semelhante à impressão de dinheiro) e mantém a segurança da rede ao validar as transações através de prova de trabalho (Proof of Work – PoW).
No Brasil, a mineração via CPU (Unidade Central de Processamento) já foi uma prática comum, mas tornou-se menos viável com o aumento da complexidade dos algoritmos e do poder de processamento exigido.
Atualmente, a mineração via GPU (Unidade de Processamento Gráfico) é mais comum, pois estas são capazes de processar algoritmos de mineração de forma mais eficiente do que CPUs tradicionais. Mas a velocidade da internet pode impactar esse processo, especialmente em um país onde a infraestrutura de internet pode variar tanto.
Além de tecnologias tradicionais como a mineração via CPU e GPU, novas formas de investimento e participação em criptomoedas estão surgindo, como as criptomoedas defi promissoras. Essas moedas descentralizadas permitem uma gama de possibilidades para investidores que buscam alternativas mais modernas e seguras, como as finanças descentralizadas (DeFi). Mineradores e investidores estão cada vez mais atentos a essas inovações, que oferecem não só oportunidades de lucro, mas também novos meios de interação com o mercado cripto.
A influência da velocidade de internet
Ao considerar a necessidade de resolver o mais rápido possível esses problemas matemáticos complexos para conseguir mais criptomoedas, a velocidade da internet, sem dúvidas, é muito importante nesse processo. Embora uma ligação de internet de apenas 2 ou 5 Mbps possa ser suficiente para operações de mineração, é importante garantir que a conexão seja estável para evitar interrupções que possam afetar o desempenho da mineração.
Além disso, o poder de processamento, medido como taxa de hash, é diretamente influenciado pela capacidade de processamento do hardware de mineração, mas a eficiência deste processo também depende da qualidade da conexão à internet.
Tempo de resposta e latência
Uma conexão de internet rápida e estável serve para que os mineradores recebam e transmitam rapidamente as informações da rede blockchain. A latência baixa, ou seja, o tempo rápido de resposta entre o comando e a ação, é essencial para sincronizar os blocos com eficiência e estar à frente na corrida para resolver novos blocos.
Confiabilidade e estabilidade da conexão
Os mineradores precisam de uma conexão estável para manter-se constantemente conectados à blockchain. Interrupções podem causar grandes perdas, pois mesmo um tempo offline mínimo impede o minerador de participar na resolução de blocos, reduzindo suas chances de obter recompensas.
Vantagem competitiva
Aqueles mineradores com acesso a conexões de internet mais rápidas e confiáveis têm uma vantagem competitiva. Já que eles podem receber e transmitir blocos mais rapidamente, aumentando suas chances de serem os primeiros a validar novos blocos e colher as recompensas.
Legislação sobre a mineração de criptomoedas
No Brasil, a legislação sobre mineração de criptomoedas faz parte de um marco regulatório mais amplo que abrange a prestação de serviços de ativos virtuais. A Lei 14.478/22, sancionada sem vetos, entrou em vigor em 2022. Essa lei estabeleceu diretrizes bem estruturadas e claras para a operação de serviços envolvendo criptoativos, incluindo a mineração.
A lei definiu “ativo virtual” como uma representação digital de valor que possa ser usada para investimentos ou pagamento, e ainda, que possa ser transferida ou negociada eletronicamente. O Banco Central do Brasil é designado como o órgão regulador responsável por estabelecer as condições e prazos para a adequação das prestadoras de serviços de ativos virtuais às novas regras. Essas empresas devem seguir diretrizes que incluem a defesa do consumidor e a prevenção à lavagem de dinheiro.
Além disso, a regulamentação pretende proteger os investidores e coibir crimes financeiros, como fraudes e esquemas de pirâmide, que têm sido problemáticos no setor de criptomoedas. A lei também adiciona um novo tipo penal de estelionato ao Código Penal, aplicável a crimes que envolvem criptoativos.
Impacto da velocidade na lucratividade da mineração
A velocidade da internet pode ser um fator decisivo na lucratividade da mineração de criptomoedas. Mineradores com conexões lentas ou instáveis podem encontrar-se em desvantagem, pois atrasos na sincronização de dados podem significar a perda de oportunidades lucrativas.
Melhores práticas para mineradores
Para garantir a eficiência na mineração, é recomendável:
- Escolher provedores de internet confiáveis: Optar por serviços conhecidos por sua estabilidade e baixa latência.
- Uso de conexões com fio: Conexões via cabo tendem a ser mais estáveis e rápidas do que conexões sem fio.
- Monitoramento constante: Utilizar ferramentas para monitorar a velocidade e a estabilidade da conexão para garantir que esteja sempre operando em condições ideais.
Tipos de mineração
A mineração utilizando Circuitos Integrados de Aplicação Específica (ASICs) é a forma mais eficiente de mineração. Estes dispositivos são especialmente projetados para mineração e oferecem um retorno muito maior comparado aos métodos tradicionais.
No entanto, seu alto custo pode ser uma barreira, e a velocidade da internet ainda é importante para garantir que os ASICs operem na máxima eficiência, sincronizando dados rapidamente com a rede.
Já a mineração em pools é mais popular. Vários mineradores combinam seus recursos para aumentar as chances de validar transações e resolver blocos.
Uma conexão de internet estável e rápida é vital para que os participantes do pool possam comunicar-se efetivamente e sincronizar suas operações, maximizando suas chances de sucesso e reduzindo a possibilidade de dados desatualizados comprometerem suas chances de resolver um bloco.
E outra opção é a mineração em nuvem, que permite aos usuários alugar poder computacional de data centers. Embora essa opção elimine a necessidade de equipamentos de hardware caros e a gestão de um setup de mineração físico, a velocidade e a qualidade da conexão à internet ainda são essenciais para gerenciar e monitorar as operações de mineração de forma eficaz.
Conclusão
A velocidade da internet é um fator muito importante que pode impactar diretamente a eficiência e a lucratividade da mineração de criptomoedas. Investir em uma conexão de alta qualidade não apenas melhora as chances de sucesso na mineração, também contribui para a estabilidade e crescimento da infraestrutura de blockchain como um todo.
