energia demanda calor
Imagem ilustrativa (Reprodução/Eletrobras)

Segundo o mais recente Balanço Energético Nacional (BEN 2024), publicado em junho, em conjunto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) com o Ministério de Minas e Energia, houve um aumento de 4% no consumo geral de energia em 2023.

O consumo mais significativo foi nos setores de transportes (33%) e industrial (31,8%) que, juntos, usam 64,8% de energia.

Nos demais setores o consumo foi de: 10,7% residências, 8,8% setor energético (transforma energia primaria em secundária como a transformação de petróleo nas refinarias), 5,7% não energético, 5,1% serviços e 5% agropecuária.

Os números indicam que 2024 também segue pelo mesmo caminho. O último boletim mensal da EPE, mostrou que houve um aumento de consumo de energia elétrica de 6,8% em junho em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento indica crescimento de consumo de energia elétrica nas residências, no comércio e nas indústrias.

A busca por formas mais inteligentes e econômicas de utilizar a energia disponível e a transição por energias renováveis têm se tornado temas recorrentes frente à crise energética. Essas questões estarão em discussão durante a Conferência Internacional Smart Energy 2024, que ocorrerá entre 24 a 26 de setembro, no Campus da Indústria da Fiep, em Curitiba (PR).

O professor e engenheiro Eduardo Felga Gobbi, da Universidade Federal do Paraná, que compõe a equipe de trabalho da conferência Smart Energy, vê com otimismo as mudanças de transição energética nos setores da indústria e de transportes. “Espera-se um crescimento acelerado na adoção de veículos elétricos e híbridos. Associado a isso a expansão da infraestrutura de carregamento, com estações de recarga mais rápidas e acessíveis. Para veículos pesados, também vem ocorrendo o desenvolvimento de caminhões e ônibus elétricos, além de tecnologias de hidrogênio por meio de células de combustível. Os biocombustíveis de segunda geração também devem ganhar mais espaço. No caso de aviões e navios deve ocorrer acelerado desenvolvimento, como no caso dos veículos pesados”, avalia.

Na indústria, ele observa que vem crescendo o uso de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis para processos industriais que convencionalmente precisariam de combustíveis fósseis. “Muito desenvolvimento vem ocorrendo para a produção de hidrogênio a partir de energia renovável. Isso é promissor em processos industriais, como a produção de aço e produtos químicos. No setor industrial vem crescendo também os sistemas de geração própria de energia solar e eólica”, diz Felga.

Para fins residenciais, o professor também vê aumento de possibilidades. “É crescente as instalações de sistemas solares fotovoltaicos, impulsionado por reduções de custo e incentivos governamentais. Também vem sendo desenvolvido a integração de baterias residenciais para armazenamento de energia solar, permitindo maior independência energética. Há também um crescente desenvolvimento de comunidades energéticas onde os residentes compartilham a produção e o armazenamento de energia”.

O professor destaca ainda o crescente desenvolvimento de soluções de eficiência energética, “com a utilização de materiais e tecnologias de construção que permitem o aumento o uso inteligente da energia nas residências”.

Um dos palestrantes da Conferência Smart Energy e expositor no evento é a empresa Eletron Energia, especialista na área de eficiência energética – que se dedica a usar a energia de forma mais eficiente, evitando desperdícios. “Quando atendemos uma empresa, fazemos um estudo sobre o consumo, se ela está gastando muito energia”, relata Ricardo Kenji Wojitani, diretor e fundador da Eletron Energia.

Primeiro é feito o diagnóstico de como, em que e de que forma a energia é usada, após fazem uma avaliação da situação, calculam quanto será preciso investir, o tempo necessário para recuperar o investimento e depois, buscam formas de viabilizar o projeto. “Basicamente buscamos oportunidades de melhoria por meio de projetos nas empresas, inclusive, estruturamos a parte financeira para viabilizá-los”. Kenji explica que propõem um contrato por performance, ou seja, assumem o risco junto com o cliente.

“Se o cliente não puder investir com recursos próprios, podemos buscar o capital em fundos de eficiência energética, como junto a Copel, Celesc e até mesmo nós, dependendo da situação, podemos fazer o investimento e recebemos a medida que o cliente obtém a economia descrita no projeto desenvolvido”, diz e arremata: “É ganha-ganha ou perde-perde. Mas, ganhamos junto com o cliente.”