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Bolsas feitas de couro de peixe. (Divulgação)

O couro de peixe começa a ser descoberto pelos estilistas do Paraná. Em busca de materiais inovadores para produzir novas bolsas, a estilista Elyane Fiuza, natural de Paranavaí mas radicada em Curitiba, conheceu o couro de peixe: tanto o produzido em Pontal do Paraná como também o vindo do Mato Grosso. Esta novidade gerou uma coleção inteira de bolsas com a iguaria.

“Eu queria algo diferente. Quando descobri que estas peças iam empoderar mulheres de Pontal do Paraná, não tive dúvidas”, explica a estilista. A venda dos couros contribui para o rendimento de dezenas de famílias da região. No entanto, poucos produtores descobriram a qualidade, variedade e sustentabilidade que o produto oferece.

A usabilidade do couro de peixe foi descoberta por meio de pesquisas da Universidade Estadual do Paraná – Unespar. A professora doutora em zootecnia Katia Kalco explica que a qualidade deste produto equivale ao do couro bovino, de acordo com cada espessura e do curtume. Ela conta que uma das principais dúvidas acerca do couro é a respeito de seu cheiro: ele é inodoro.

Elyane utilizou couros de linguado e robalo (PR) e pirarucú (MG) para a confecção das bolsas. De acordo com a Dra. Katia, o robalo tem tamanha qualidade que também pode ser usado em bancos de automóveis e na produção de móveis.

Sustentabilidade. O couro que agora é usado para fazer bolsas seria jogado fora, como descarte da sobra do peixe. O processo é simples, mas trabalhoso. Antes de iniciar o curtume em si (no Curtume Comunitário de Couros de Peixe de Pontal do Paraná), as peças são limpas manualmente para a retirada de resíduos de carne. O processo todo leva dois dias e meio, enquanto que o curtume da pele bovina pode durar até 15 dias.

Mais informações: @elyanefiuza_oficial

Lançamento da coleção de bolsas com couro de peixe

10 de setembro, das 14h às 18h

Local: Casa VK (Rua Saldanha Marinho, 1570. Curitiba/PR)