O mercado imobiliário está superaquecido em Curitiba. Para se ter ideia da alta valorização, o ticket médio residencial do 1º semestre foi de R$445.272, 17,8% maior em relação ao mesmo período de 2023 (R$377.854). Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar).
O mesmo balanço positivo foi registrado no ticket médio total, que passou de R$401.778 para R$470.784, um crescimento de 17,2%. “O registro desse índice reflete um bom momento de investimento no mercado imobiliário, principalmente para quem deseja colocar para locação os imóveis na capital paranaense, já que os valores médios de locação também apresentaram alta”, avaliou o presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, Luciano Tomazini.
Outro dado que reforça a valorização de imóveis é o índice que mede a velocidade das negociações de imóveis usados em Curitiba, cuja média manteve-se abaixo de 130 dias.
Nos perfis de imóveis mais buscados pelos curitibanos, apartamentos de um e dois dormitórios, o tempo para venda foi ainda menor. No primeiro caso, os apartamentos levaram, em média, 129 dias para serem vendidos durante o primeiro semestre do ano – 5 dias a menos comparado a 2023. Os imóveis de dois quartos, por sua vez, foram negociados em 116 dias, na média, um aumento de 23,2% na velocidade de venda registrado no mesmo período de 2023.
Imóveis tipo studio têm se mostrado promissores para investidores em Curitiba. Esses apartamentos compactos — que medem até 50 metros quadrados e não têm divisórias — valorizaram-se em média 20,4% ao ano, entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024.
O preço do metro quadrado do studio subiu de R$ 8.760,00 para R$ 12.700,00. Os dados são de um estudo da construtora Pride. O aumento da velocidade de venda associado à valorização dos imóveis na capital são dois fatores que justificam a busca maior por apartamentos.
Bairros mais procurados
Entre os endereços mais buscados pelos proprietários no primeiro semestre de 2024, o Centro mantém a preferência e lidera as negociações de imóveis residenciais (8,8%). Em seguida, os endereços mais procurados foram Água Verde (5,2%), Portão (4,2%), Campo Comprido (3,9%), CIC (3,8%), Santa Cândida (3,3%) e Bigorrilho (3,1%).
Aumenta a procura por imóveis na Região Norte
Com o mercado imobiliário superaquecido, as imobiliárias têm investido em novas localidades. Exemplo claro é o crescimento na busca por imóveis na Região Norte de Curitiba.
Na opinião do proprietário da imobiliária Paulo Celles, a região é uma das mais atrativas para investimentos neste momento de alta valorização. Outro fator que eleva a procura por terrenos e imóveis na Região Norte é a escassez que a alta demanda na Região Sul da cidade vem ocasionando.
“Como o fluxo da cidade tem acompanhado a geração de empregos na Região Sul, no Portão, Vila Izabel e Novo Mundo, pela proximidade com os trabalhos na Cidade Industrial (CIC), muitas pessoas estão em busca de mais tranquilidade em bairros residenciais, afastados desse fluxo. É o caso do Santa Cândida e do Boa Vista, que ainda têm terrenos amplos e mais baratos do que na comparação com outros bairros da cidade”, relata Paulo Celles.
