Entidades condenam alta da taxa de juros pelo Banco Central

Setores produtivos reclamam que a alta da taxa de juros vai atrapalhar o momento de crescimento do nível de emprego e o próprio PIB

Redação Bem Paraná com assessoria

Fachada do BB: taxa Selic. Imagem ilustrativa (Marcello Casal Jr/ABr)

O anúncio da alta da taxa de juros pelo Banco Central nesta quarta-feira (18) foi recebida com críticas por setores da economia.

Confederação Nacional da Indústria (CNI) recebeu com total indignação a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

Para a CNI, o nível da Selic antes da reunião desta quarta-feira (18) era mais do que suficiente para manter a inflação sob controle. A entidade afirma que a alta dos juros vai prejudicar a criação de emprego e renda para a população.

Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a alta da Selic não apenas impõe custos desnecessários sobre a economia, como coloca o Brasil na contramão do que a maioria dos países, desenvolvidos ou em desenvolvimento vêm fazendo.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) terá impacto negativos para os pequenos negócios, além de enfraquecer o empreendedorismo, a geração de empregos e a distribuição de renda no país. É o que defende o presidente do Sebrae, Décio Lima.

“Estamos com a segunda maior taxa real de juros no mundo e quem paga a conta do aumento da Selic são as micro e pequenas empresas, incluindo as famílias mais pobres, que já sofrem tanto para manter as portas dos seus negócios abertas”, argumenta Lima.

“Diante de índices tão positivos, como a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto acima dos 3%, não há motivos para retrocessos. A inflação está controlada, a renda aumentou e a qualidade de vida melhorou. É inconcebível uma decisão como esta diante da realidade que o povo brasileiro está vivendo”, completa.

“Um verdadeiro prêmio aos especuladores. Assim podemos definir a alta na Taxa de Juros Básica, anunciada nesta quarta-feira (28), pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que subiu 0,25% ponto percentual. Agora a Taxa está em 10,75%. Aumentar a taxa Selic é ir na contramão do desenvolvimento do País”, diz nota da Força Sindical.

“É importante destacar que a atual política econômica do Banco Central está destoando dos anseios da classe trabalhadora. Infelizmente, essa estratégia de gradualismo, subindo a taxa aos poucos, penaliza de forma nefasta, principalmente, os menos favorecidos economicamente e irá atrapalhar as campanhas salariais deste semestre bem como a produção e o consumo das famílias”, continua a nota.

“Elevar os juros nesse momento traz mais incertezas. O aumento dos juros tende a desestimular o investimento e o consumo no País”.