O embaixador Fernando Pimentel salientou nesta quinta-feira, 24, que o papel das 20 maiores economias do mundo (G20) não é o de dizer o que a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve fazer. “Tentamos dar impulso político (às discussões)”, afirmou após reunião ministerial do comércio do G20, em Brasília, repetindo declaração dada mais cedo pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.

O diplomata lembrou, durante entrevista coletiva à imprensa, que está há anos em curso uma negociação sobre a reforma do organismo internacional, na sede, em Genebra. Nos últimos tempos, porém, os membros não conseguem chegar a acordo em relação à modernização do órgão apesar do amplo debate. Um dos temas centrais, de acordo com ele, é encontrar um sistema de solução de controvérsias “funcional e ágil”.

“A gente (G20) é muito ciente de que não somos a OMC. A OMC trabalha por consenso de todos os membros, então a ideia nunca é a de dizer como que a OMC deve fazer ou deixar de fazer. Mas o que a gente dá, e geralmente uma coisa que a gente faz ano a ano, é tentar dar impulso político e fortalecer (as discussões)”, enfatizou.

Por isso, de acordo com ele, o texto do G20 aborda e reforça a ideia da necessidade de continuar trabalhando para a reforma da instituição. Foi reforçado no documento, segundo Pimentel, o prazo de se encontrar uma solução até o fim do ano. “A gente espera e a gente reforçou esse ponto. O trabalho precisa ser feito, a negociação tem que ocorrer”, afirmou.