Morango (Gilson Abreu/AEN)

O produtor rural Leonardo Pilati participou do curso “Cultivo de morango em substrato”, promovido pelo Sistema FAEP e ofertado pelo Sindicato Rural de Mauá da Serra, no Norte do Paraná em 2022. Ele ainda não sabia, mas sua trajetória profissional mudaria a partir disto.

Ao fim da capacitação, o produtor vislumbrou na atividade um novo modelo de negócio. Pilati decidiu deixar de lado a produção de mandioquinha salsa e investir no cultivo de morangos. A guinada deu tão certo que o fruticultor já planeja uma nova expansão.

Ao longo do curso do Sistema FAEP, Pilati aprendeu técnicas de cultivo de morango em plataformas elevadas e teve contato direto com técnicas de manejo e informações para instalação de estufas e manutenção dos tratos culturais. O produtor rural se animou. Colocou os custos na ponta do lápis e optou por migrar definitivamente para a fruticultura.

“Me interessou por ser uma atividade que eu poderia trabalhar sozinho, por não ser um serviço tão pesado em comparação a outras atividades agropecuárias e por ter uma boa rentabilidade. Com isso em vista, decidi investir”, conta Pilati.

Entusiasmado, o produtor obteve um financiamento de R$ 45 mil, que bancou a instalação de uma estufa, no início de 2023, em uma chácara de 2,5 hectares. Lá, o fruticultor estruturou o cultivo com 3,4 mil mudas de uma variedade chilena.

Toda a produção é vendida diretamente ao consumidor. Com o cultivo avançando, Paulo Pilati – pai de Leonardo – também começou a trabalhar no manejo e na colheita das frutas. “A gente colhe uma média entre 20 e 30 quilos por semana. Mas tem épocas que a produção semanal passa de 50 quilos. Como é tudo venda direta, a gente tem uma boa rentabilidade”, explica Pilati. “Tem consumidores que vêm pegar, mas para a maioria eu mesmo entrego”, complementa.

Com o negócio engrenado, o fruticultor deu um novo passo: no fim de julho deste ano, instalou uma nova estufa, de dimensões idênticas às da primeira. As mudas foram plantadas, com expectativa de colher os morangos ainda no segundo semestre deste ano. Segundo Pilati, ele foi o primeiro produtor do município a investir na produção de morangos. Posteriormente, no entanto, outros agricultores se animaram a ingressar na fruticultura, também a partir de cursos do Sistema FAEP.

“A mandioquinha salsa tem um ciclo mais longo. O produto fica embaixo da terra e o produtor só vai ver o resultado do trabalho depois de um ano, quando for colher. Além disso, tem que vender para o atravessador. Com os morangos, não. Além de o trabalho ser mais leve e prazeroso, você vê as frutas ao longo do manejo. É mais gostoso”, compara.

Da cidade ao campo

Apesar de ser filho de produtores rurais, até 2020, Leonardo Pilati trabalhava na cidade, como funcionário de uma loja de calçados. A vocação rural, no entanto, falou mais alto. Tanto que ele voltou a trabalhar no campo com o pai, que planta cereais em uma propriedade de cerca de 10 hectares, também em Mauá da Serra. O produtor continua morando na cidade, mas todos os dias, logo cedo, vai para a chácara, lidar com os morangos. E não pretende parar de expandir a produção.

“Foi uma mudança nota dez! Eu pretendo me aprofundar cada vez mais e seguir nessa atividade, que tem muita demanda no nosso município. E se tiver mais cursos do Sistema FAEP na área, eu vou fazer com certeza”, diz.