Após o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acumular alta de 4,55% em 12 meses na quarta quadrissemana de setembro, influenciada pela mudança da bandeira tarifária de energia elétrica residencial de vermelha 1 para vermelha 2, é provável que o indicador continue registrando altas mais fortes e acima do teto da meta de inflação, de 4,5%, avalia o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador do índice, André Braz.

“Pelo menos nestes meses em que os preços administrados estão com o maior protagonismo, isso deve fazer com que o acumulado de 12 meses continue acima da meta de inflação”, salienta Braz.

No encerramento de setembro, Braz destaca que a alta de 0,63% foi influenciada principalmente pelo item de energia elétrica residencial (4,31% para 7,04%).

O economista indica que, com a mudança da bandeira tarifária, a tendência é que o item continue subindo em outubro e seja a principal influência positiva do índice. “Para outubro, vamos captar mais 4% de alta de energia elétrica residencial”, afirma.

Além disso, o grupo de Alimentação (-0,02% para 0,04%) voltou ao terreno positivo, ainda com recuo dos alimentos in natura, porém com quedas mais tímidas, segundo Braz. “Isso mostra que a variação do preço está acelerando e a tendência é de que a participação de alimentação na inflação aumente”, ressalta.