Dezoito rodovias estaduais e seis federais do Paraná ainda permanecem interditadas por causa dos protestos de caminhoneiros na manhã desta segunda-feira (23). Nas estaduais, são 18 trechos fechados. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), os trechos são importantes porque fazem ligação com cidades grandes como Cascavel, Curitiba e Guarapuava.

Na região de Curitiba, o trecho da BR-116, em frente à Central de Abastecimento (Ceasa), o protesto de caminhoneiros deixa o trânsito bastante lento com o bloqueio total da via, sentido Sul, em Fazenda Rio Grande. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada para auxiliar o tráfego da via de importante acesso à Capital e outros mercados da região.

Apenas os caminhões estão sendo proibidos de passar. Os demais veículos como carros de passeio e de emergência circulam normalmente pelas rodovias. Mas mesmo assim, a orientação para os motoristas é que evitem a região do Contorno Leste

Já nas federais, são seis pontos de bloqueio, também em trechos importantes concentrados, em sua maioria, nas cidades do sudoeste do estado.

Não há previsão para a liberação das interdições. Os caminhoneiros realizam manifestações no estado desde a última quarta-feira (18) e já interditaram diversos trechos em todo o estado. 

Vias interditadas

As rodovias estaduais interditadas são: PR-471, km 22, em Nova Prata do Iguaçu; PRC-280, km 255, em Marmeleiro, km 194, em Mariópolis, e km 170, em Clevelândia; PR-281, kms 535 e 540, em Dois Vizinhos; PR-483, km 001, em Francisco Beltrão; PR-566, km 012, em Itapejara do Oeste; PR-493, km 030, em Itapejara do Oeste; PR-466, kms 179 e 180, em Pitanga, e kms 091 e 100, em Jardim Alegre; PR-487, km 295, em Manoel Ribas; PR-158, km 582, em Vitorino, e PR-182, km 459, em Realeza.

As estradas federais são: BR-163, km 32, em Pérola do Oeste, e km 64, em Santo Antônio do Sudoeste; BR-369, km 178, em Arapongas, e BR-376, km 245, em Apucarana.

O movimento, que começou na quarta-feira (18) no Paraná e em Santa Catarina, chegou a parar 38 trechos de estradas em outros dois Estados no domingo (22), e agora atinge também Minas Gerais. Os caminhões pararam nos acostamentos das vias. Em Santa Catarina, os manifestantes bloquearam nove pontos de cinco rodovias.

Uma das mais prejudicadas foi a BR-282 com cinco pontos de interdição nos quilômetros 504,4 (em Xanxerê), 645,6 (São Miguel d’Oeste), 571 (Nova Erechin), 605 (trevo de Maravilha) e 317,1 (Campos Novos). Na BR-158 a interdição ocorreu na altura do km 109 (Cunha Porã) e na BR-470 no km 339,6 (Campos Novos).

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve interdições também no km 101 da BR-163 (São José do Cedro) e na BR-153, no km 64 (Irani). Em Minas Gerais, caminhoneiros bloquearam ao menos três trechos da BR-381 próximo das cidades de Igarapé, Oliveira e Perdões. 

Reivindicações 

De acordo com as polícias, mesmo com o protesto, os demais veículos não enfrentam problemas nas estradas, já que o bloqueio é parcial. O Paraná registrou a maior concentração de caminhoneiros parados, ocupando 22 pontos de estradas. Em cada trecho há, no mínimo, cem caminhões, segundo as polícias. 

Os caminhoneiros também pedem para que seja criada uma tabela de preços do frete baseada no km rodado e reclamam da jornada de trabalho implantada em setembro do ano passado, que fixou em oito horas diárias e um adicional de duas horas extras. Odi Antônio Zani, um dos líderes do movimento em Palmeira das Missões (RS), afirmou que os caminhoneiros estão registrando, em média, queda de 30% no faturamento mensal por causa da lei. “Eu tinha três caminhões rodando as estradas e faturava R$ 120 mil mensais no total. Tive de vender um caminhão e meu faturamento caiu para R$ 68 mil”, afirmou.

 

 

Atualizada às 13h46