O Banco Central divulgou nesta quinta-feira, 27, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de junho a setembro.

A previsão do BC para o IPCA – o índice oficial de inflação – para junho é de 0,33%. Já a projeção para julho é de 0,12% e, para agosto, é de 0,07%. A estimativa para setembro é de 0,21%.

Segundo o documento, a inflação mensal tende a ser menor nos próximos meses, com alguma contribuição de fatores sazonais, mas o índice acumulado em 12 meses não diminuirá.

Em relação à composição da inflação esperada, o documento pontua que os preços de alimentos, que tiveram alta acentuada no trimestre encerrado em maio, devem ter uma variação menor nos próximos meses. “Contudo, o segmento deve apresentar variação menos benigna do que a típica para o período, com impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e do clima seco no Sudeste e no Centro-Oeste”, diz o documento.

O RTI explicou que a variação menor de preços administrados terá a contribuição do fim dos efeitos do reajuste de preços máximos de medicamentos, que ocorreu em abril, das menores variações em energia elétrica e da perspectiva de estabilidade no preço da gasolina, após alta nos trimestres anteriores.

A avaliação é de que os preços de bens industriais devem manter variações relativamente baixas, em linha com os preços ao produtor, cuja evolução é vista como ainda “bem-comportada”. Já os preços de serviços devem apresentar variações mais altas, marcado pelo fim das fortes reduções de preços de passagens aéreas. Sua inflação subjacente também deve continuar pressionada.

“Esse cenário de curto prazo é compatível com os núcleos de inflação situando-se acima da meta de inflação, mas dentro do intervalo de tolerância”, reitera o documento.