O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco de Portugal, Mario Centeno, afirmou que a trajetória para as taxas de juros da Europa parece “clara”, considerando os dados sobre inflação, atividade econômica e emprego. “Quando olhamos para os dados e comparamos com projeções do BCE, vemos que a inflação está na trajetória de queda desejada, enquanto a economia e o mercado de trabalho apresentam hesitações, com uma atividade que insiste em não crescer”, disse Centeno, em podcast institucional divulgado nesta terça-feira.

O comentário foi em resposta a uma questão sobre o motivo pelo qual o dirigente considera a decisão de setembro “como fácil”, afirmação que fez em entrevista à Bloomberg no âmbito do Jackson Hole.

No podcast, Centeno ponderou que “nunca é fácil” decidir sobre as taxas de juros, mas que está claro que o “sacrifício é muito maior na Europa em termos de atividade econômica” para ganhar a batalha contra a inflação, do que nos EUA, por exemplo.

O dirigente reconhece que ainda há trabalho a fazer para retornar os preços para a meta de 2%.

Contudo, Centeno observou que as condições monetárias atuais sugerem que o aperto financeiro continuará mesmo que o BCE reduza juros nos próximos meses e que as preocupações com o mercado de trabalho também “merecem atenção na Europa”.