Vini Jr, atacante do Real Madrid e da seleção brasileira, mais uma vez é alvo de comentários depreciativos na Espanha. O jogador foi xingado pelo ex-presidente do Valencia, Paco Roig, em entrevista publicada neste domingo, pelo jornal Relevo. Até o momento, o atleta ainda não se pronunciou sobre o caso.

A agressão verbal ocorreu quando o dirigente comentou o episódio de racismo vivenciado por Vini no Mestalla, estádio do Valencia, durante partida pelo Campeonato Espanhol na temporada passada. Posteriormente, três torcedores foram identificados e condenados a oito meses de prisão, além de serem proibidos de frequentar estádios por dois anos.

“Ele será um grande jogador, o que eu acho que é, mas ele é um… Ele é uma m… como pessoa. Sempre indo ao árbitro. Já estive na América do Sul 20 ou 30 vezes e nunca aconteceu nada comigo. Vou para a América do Sul com humildade e falo com carinho. Não posso ir aí dizendo que sou o conquistador. Esse cara não pode ser assim”, disse Paco Roig que continou tecendo comentários sobre o atacante brasileiro revelado pelo Flamengo.

“Antes não existiam tais problemas ou eu não os notava. Romário era meio negro e não teve problemas. Acontece que no Madrid tem esse cara (Vini Jr.)… Eu chamo o Madrid de ‘Real Imigrante’. Se o Madrid tem oito negros, dois brancos estrangeiros e um espanhol, o Carvajal, e esse Vinicius sai aqui, vem outro no lugar dele”, completou.

Recentemente, Vini Jr. comentou novamente sobre as ofensas racistas que frequentemente recebe na Espanha. O brasileiro afirmou que ainda há um longo caminho de evolução a ser percorrido para que a Justiça e, principalmente, a população da Espanha entenda a gravidade destes atos. O craque afirmou ainda que, caso o panorama não mude, o país não deveria receber a Copa do Mundo em 2030.

“Espero que a Espanha possa evoluir e compreender a gravidade que é insultar alguém por causa da cor da sua pele. Até 2030 temos uma margem de evolução muito grande. Portanto, espero que a Espanha possa evoluir e compreender a gravidade disso, porque se as coisas não evoluírem até 2030, acho que temos que mudar de local (da Copa do Mundo). Se o jogador não se sente confortável e não se sente seguro jogando em um país onde ele pode sofrer racismo, é um pouco complicado.”