O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que as queimadas no Brasil ocorrem após um desmonte “muito relevante” das instituições de proteção ambiental no Brasil e diante de secas “sem precedentes” no País.

“Houve um desmonte muito relevante das instituições de proteção ambiental, de proteção às comunidades indígenas. Há um problema humano, de recursos humanos e de preparação técnica em relação ao desmonte”, afirmou ele, a jornalistas, em Nova York.

Na sua visão, tanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bem como outros órgão, ficaram “totalmente desestruturados” de pessoas e trabalho e foram “desprestigiados”.

Em segundo lugar, Barroso mencionou as urgências climáticas no mundo e no Brasil, que após enfrentar enchentes no Rio Grande do Sul, agora, sofre com uma seca “sem precedentes” e que tem causado as queimadas no Pantanal.

“A emergência climática não é só o Brasil, mas o Brasil hoje é um exemplo de como o descontrole climático pode afetar a vida das pessoas. Nós estamos tendo uma seca prolongada na Amazônia, que não havia há muitas décadas nada parecido”, afirmou Barroso.

Do ponto de vista do STF, o Supremo está fazendo “o que é possível ser feito”, conforme Barroso. Ele também avaliou que o governo brasileiro está empenhado no combate às queimadas, mas que o melhor remédio é “prevenir” do que enfrentar os problemas acontecem.

“Estamos aprendendo uma lição e precisamos fazer um bom dever de casa nessa matéria”, alertou Barroso.

Em discurso na ONU, Barroso defendeu ainda a necessidade de o Brasil enfrentar, sobretudo na Amazônia, a criminalidade ambiental.

O presidente do STF discursou hoje no evento ‘SDGs in Brazil 2024’, na sede da ONU em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas, organizado pelo Pacto Global – Rede Brasil da ONU. Em sua fala, ele disse que o Brasil tem todas as condições de ser a grande liderança ambiental do mundo e não pode deixar de ter esse “protagonismo”.