Paranavaí: Gusttavo Lima tem 60% da SAF
Gusttavo Lima (Crédito: Franklin de Freitas)

A Justiça de Pernambuco revogou nesta terça-feira, 24, a prisão de Gusttavo Lima, um dos mais famosos cantores sertanejos do País. A prisão havia sido decretada nesta segunda por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.

A decisão é do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão. O magistrado afirmou que “as justificativas usadas para a decretação da prisão preventiva e npara as demasi imposições das medidas cautelares constituem meras ilações impróprias e considerações genéricas”.

A prisão havia sido determinada pela juíza Andrea Calado, que aponta a suspeita que o artista tenha ajudado outros alvos da polícia – o dono de uma bet e sua mulher – a escaparem da Justiça durante viagem à Grécia, após a operação ser deflagrada.

A defesa de Lima informou que vai entrar com habeas corpus contra a prisão preventiva e disse que a decisão não tem “fundamentos legais”.

O pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, comandada pela Polícia Civil de Pernambuco. Na mesma operação, foram detidos a influenciadora Deolane Bezerra e o dono da bet Esportes da Sorte, Darwin Filho, que negam as acusações.

A operação teve como alvo a lavagem de dinheiro de atividades ilícitas, como o jogo do bicho. Relatório da Polícia Civil mostrou a suspeita de que a organização criminosa lavava dinheiro do jogo do bicho por meio da empresa de apostas online Esportes da Sorte.

Lima era garoto-propaganda de outra plataforma de apostas, a VaideBet. A suspeita da polícia é de que a Balada Eventos, empresa de Lima, também fazia um esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. A investigação cita duas transferências de dinheiro em abril (R$ 4,819 milhões) e maio do ano passado (R$ 4,947 milhões). Segundo a polícia, houve depósitos entre fevereiro e julho deste ano em seis diferentes datas, no valor total de R$ 22,232 milhões. Lima também é acusado de ocultar a propriedade de um avião, ao vender uma aeronave para José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, que está foragido. A defesa do site de apostas nega irregularidades.

Avião apreendido

A Justiça já havia decretado o sequestro de bens, incluindo imóveis, em nome da Balada Eventos e Produções, empresa do artista. A relação dos bens bloqueados não foi divulgada porque o processo corre em segredo de Justiça. No inicio do mês, foi apreendida em Jundiaí, no interior de São Paulo, a aeronave registrada no nome da Balada Eventos. O avião, porém, é operado pela empresa JMJ Participações. Rocha Neto também é proprietário da JMJ. Foi expedido mandado de prisão contra o empresário no dia 4, quando foi deflagrada a operação, mas ele estava fora do País naquela data. Herdeiro do ramo imobiliário na Paraíba, ele detém mais de 30 empresas. O capital social dos projetos ligados a seu nome soma cerca de R$ 19,2 milhões.

A assessoria do sertanejo disse que o avião foi vendido para a JMJ, mas que o registro ainda consta em nome da empresa de Lima enquanto a documentação não sai, o que também foi afirmado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).