A guarda costeira chinesa confiscou um barco pesqueiro taiwanês na costa sudeste da China, na noite de terça-feira, 2. Todos os cinco tripulantes, dois taiwaneses e três indonésios, foram detidos, disse Hsieh Ching-chin, vice-diretor geral da administração da guarda costeira de Taiwan.

Autoridades marítimas de Taiwan informaram que o barco foi detido em meio à proibição anual de pesca de verão implementada pelos chineses em maio e estão exigindo a libertação imediata da embarcação e da tripulação. As informações são da CNN.

Segundo a emissora americana, a guarda costeira de Taiwan afirma que o barco de pesca foi interceptado por duas embarcações da guarda costeira chinesa perto das ilhas Kinmen, pertencentes a Taiwan, localizadas a apenas alguns quilômetros das cidades chinesas de Xiamen e Quanzhou. Eles escoltaram o barco de pesca até um porto chinês próximo. Três embarcações da guarda costeira de Taiwan chegaram a atender um pedido de ajuda, mas recuaram para evitar conflitos.

A CNN afirma que a guarda costeira da China confirmou nesta quarta-feira, 3, que sua divisão de Fujian “abordou, inspecionou e deteve legalmente um navio de pesca taiwanês suspeito de pesca ilegal nas águas perto de Quanzhou”. O porta-voz Liu Dejun acusou o barco taiwanês de violar uma moratória de pesca de verão ao operar redes de arrasto em uma área proibida e usar redes com malhas muito menores do que os requisitos mínimos nacionais da China, “prejudicando os recursos pesqueiros marinhos e o meio ambiente”.

O episódio ocorre em meio ao aumento da tensão na região – a China reivindica Taiwan como seu território, a ser anexado pela força, se necessário. Desde fevereiro, a guarda costeira da China aumentou as patrulhas nas águas ao redor de Kinmen e outras ilhas remotas controladas por Taiwan, após dois pescadores chineses se afogarem enquanto eram perseguidos pela guarda costeira de Taiwan, que os acusou de invasão de propriedade. No mesmo mês, agentes da guarda costeira chinesa interceptaram um barco turístico taiwanês para inspeção, ação sem precedentes que assustou os passageiros.

Mais recentemente, no fim de junho, Taiwan orientou seus cidadãos a evitar viagens para China, Hong Kong e Macau, após ameaças de Pequim de executar apoiadores da independência da ilha democrática autogovernada. As ameaças ocorrem após a eleição para presidente em janeiro de Lai Ching-te, do Partido Progressista Democrático, pró-independência e que se manteve no poder após dois mandatos da ex-presidente Tsai Ing-wen. A China recusou todos os contatos com o governo de Taiwan desde a eleição em 2016 de Tsai Ing-wen – ela não endossou a exigência de Pequim de que Taiwan se reconhecesse como parte da China, visto como um prelúdio para a unificação política entre os lados.