China diz que pretende trabalhar com os EUA para combater a crise

Ambos os países devem agir para restaurar a confiança do mercado o mais breve possível

Agência Estado

China e EUA devem trabalhar juntos para garantir a estabilidade econômica e financeira global, disse o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan. Ambos os países devem agir para restaurar a confiança do mercado o mais breve possível e para reduzir o impacto da crise financeira sobre as economias em desenvolvimento, afirmou Wang no discurso proferido durante a sessão de abertura do 5º Diálogo Econômico Estratégico EUA-China. O encontro de dois dias, realizado a cada dois anos, é co-presidido por Henry Paulson, em sua última participação no evento como secretário do Tesouro dos EUA.

A China espera que os EUA adotem todas as medidas necessárias para estabilizar a economia e o mercado financeiro norte-americanos, acrescentou Wang. Ele também pediu que o governo norte-americano garanta a proteção dos ativos e investimentos chineses nos EUA.

No fim de setembro, a China tornou-se oficialmente o maior detentor de títulos do Tesouro norte-americano, com um total de US$ 585 bilhões em Treasuries, superando o Japão como principal credor de Washington. Para isso, a China gasta grande parte de seu enorme superávit comercial, mas nos círculos políticos e acadêmicos do país começa a surgir a crítica de que esse investimento já não é tão seguro.

Wang não mencionou a recente desvalorização do yuan diante do dólar e também não abordou a situação econômica da China. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana atingiu outra vez o limite superior de sua banda de flutuação contra o yuan. No início da semana, uma disparada da taxa de paridade central foi considerada pelos investidores como um sinal de que a China pode deixar o yuan se enfraquecer para apoiar o crescimento econômico.

O vice-primeiro-ministro lembrou que a China adotou uma série de políticas para estimular o crescimento de sua economia, referindo-se ao recente pacote de 4 trilhões de yuans (US$ 581 bilhões), especialmente para gastos em infra-estrutura. “Isso já é uma grande contribuição para o desenvolvimento estável das finanças e da economia do mundo”, afirmou.