O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse há pouco em Nova York que a democracia vive seu momento mais crítico desde a Segunda Guerra Mundial. Ele deu a declaração no evento promovido com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, para discutir o assunto.

Convidados importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, não compareceram. A reunião é realizada à margem da Assembleia Geral da ONU. Lula disse que outros encontros do tipo precisarão ser realizados.

O presidente brasileiro declarou que a democracia está perdendo espaço e que é necessário discutir os motivos. “Em vários países do mundo, a democracia corre riscos extremos. Corre risco não na disputa democrática, corre risco por um extremismo negacionista, de negação das instituições, negação dos valores organizativos da sociedade, negacionismo que não reconhece sindicato, que não reconhece organização social e que se utiliza das redes sociais como forma de vender, como se fossem verdadeiros vândalos, as fake news. Disseminando mentiras, disseminando boatos, disseminando ódio na sociedade”, declarou o brasileiro.

Lula disse que no Brasil e nos EUA “forças totalitárias” tentaram desafiar os resultados de eleições. Afirmou que na América Latina notícias falsas afetam os processos eleitorais. Falou que racismo e xenofobia colocam em risco a diversidade na Europa, e mencionou golpes de Estado na África.

O presidente brasileiro afirmou que é um desafio compartilhado entender por que a democracia se tornou “alvo fácil da extrema direita”. Ele disse que o extremismo é sintoma de uma crise profunda com múltiplas causas.