Father holding his daughter on shoulders and laughing.
Curitiba recebe no fim de semana Congresso que aborda relações e a Ciência da Felicidade (Image by aleksandarlittlewolf on Freepik)

Curitiba recebe no próximo sábado (18 de novembro) e domingo (19) o Congresso Internacional de Felicidade, que acontece no Pavilhão de Exposições do Parque Barigui e reúne nomes como o filósofo Mario Sergio Cortella, a cantora Daniela Mercury, a monja Coen, o físico indiano Amit Goswami e o espanhol Luís Gallardo. Em sua sexta edição, o evento espera bater mais um recorde de público (a expectativa é de 2,5 mil pessoas, sendo que metade do público é de fora do Paraná) e seguir cumprindo a sua missão de oferecer uma experiência marcante ao mesmo tempo em que divulga a Ciência da Felicidade, ajudando cada vez mais pessoas a encontrar satisfação com a vida.

Idealizador do Congresso, que é considerado o maior evento de autoconhecimento da América Latina, Gustavo Arns conta que a ideia de criar o evento começou a nascer em 2013, e por acaso. Foi num dia em que ele estava em São Paulo, participando de um evento a trabalho, e ao terminar os compromissos corporativos no final da tarde, quando já estava cansado e com fome, ouviu boatos de que estariam servindo canapés do outro lado do pavilhão, onde ocorria outro evento, a Cúpula da Felicidade.

“Fui pra lá e a última palestra eles abriram, podia assistir sem custo. Fui lá e dei de cara com Tal Ben-Shahar, que falava sobre a Ciência da Felicidade. Nunca tinha ouvido falar dele nem dessa ciência, mas ele era professor de Harvard e essa era uma ciência que já tinha mais de uma década de estudos, mas que não era conhecida no Brasil. Ele falou sobre psicologia positiva e fez uma série de perguntas: o que te inspira? O que te dá forças? No que você é bom? Quais atividades te energizam? Têm atividades que tem de fazer e só de pensar você já fica cansado. Outras, só de pensar você já fica energizado. Saí quase eufórico da atividade, fiquei pensando naquilo”, recorda Arns.

Nas semanas e meses seguintes, o curitibano, que sempre teve uma ligação muito forte com a religião católica (até por influência de sua família), reforçou a busca por autoconhecimento através de uma espiritualidade mais ampla. Fez cursos, leu livros e foi vendo a sua vida se transformando, com ele ganhando mais disposição, paciência e vendo a relação com sua filha e esposa melhorar, numa escala de amadurecimento.
“Eu via algo de positivo em mim acontecendo, ao mesmo tempo em que via nas pessoas, inclusive amigos próximos, essa dificuldade em encontrar satisfação com a vida. Esse é um tema tão interessante, que pode ajudar tantas pessoas… Como poderia fazer isso se disseminar no Brasil? Então pensei em fazer um evento, isso no final de 2015”, recorda Gustavo Arns, que começou a convidar pessoas da área para montar o Congresso, foi angariando apoio e conseguiu fazer sua ideia sair do papel no ano seguinte.
“Primeira edição aconteceu no final de 2016, na Ópera de Arame, com mais de 1,2 mil pessoas. Sempre final de semana todo, sábado e domingo, e desde então vem numa crescente, ano após ano vai crescendo”, celebra o idealizador do evento. “O evento se apoia em quatro pilares: ciência, filosofia, arte e espiritualidade, para contemplar uma visão integral do que é felicidade. A ideia é que o público tenha uma visão ampla, profunda: o que é felicidade para mim, o que é essencial na minha construção de bem-estar, de saúde, para eu encontrar mais satisfação comigo mesmo, nos meus relacionamentos íntimos, pessoais, profissionais… Montamos todo um conjunto de experiências, intervenções e interações pra pessoa ter um fim de semana diferente mesmo, ficar marcado na memória.”

Onde e como encontrar a felicidade, afinal?
Para responder à pergunta no título, o primeiro passo é definir, enfim, o que é a felicidade. E a definição que Gustavo Arns apresenta é a seguinte: uma combinação de bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual. “Quando dedico tempo e energia para construção, através das minhas escolhas conscientes, por mais bem-estar, naturalmente vou encontrar mais felicidade”, explica o idealizador do Congresso da Felicidade, destacando ainda que a ciência, hoje, já reconhece que a felicidade é subjetiva, mas apenas em partes. Ou seja, há pontos em comum da felicidade para toda a humanidade, como o bem-estar físico.

“Acreditamos que o sucesso vai nos fazer feliz. Buscamos construir o sucesso, e como não refletimos sobre, vamos sendo empurrados, aceitamos o sucesso como acúmulo de bens materiais e acreditamos que, investindo nisso, vamos ser felizes. Mas não fecha a conta, é uma visão muito torta da felicidade, que não leva em consideração nossa condição de seres humanos. Não há problema com o sucesso em si, o problema é a crença de que o sucesso, por si só, vai resolver nossos problemas. Se eu não tratar de me conhecer e angariar ferramentas para lidar com minhas emoções, dinheiro não vai resolver isso para mim”, alerta o especialista, destacando ainda os benefícios da felicidade – e a importância do sucesso financeiro na equação da busca pela alegria.

“Quem é mais positivo tem mais amigos, mais oportunidades de trabalho, mais chance de manter um relacionamento íntimo duradouro e saúde física melhor até, porque o estado emocional afeta o estado imunológico: pessoas mais felizes adoecem menos. Então são inúmeros benefícios da felicidade, e a construção da felicidade, o caminho, é o conceito do professor Shahar. O finaneiro está dentro, claro. O que a ciência diz é que mais dinheiro pode não ter um impacto tão significativo na sua felicidade, mas a falta dele vai ter um impacto bastante negativo”, finaliza.

Atividades dentro e fora do centro de convenções
O Congresso Internacional da Felicidade acontece o Pavilhão de Exposições do Parque Barigui, nos próximos dias 18 e 19. As inscrições estão abertas e custam a partir de R$ 1.035,00, garantindo acesso aos dois dias de evento. Os interessados, no entanto, devem se apressar, já que a previsão é de que os ingressos esgotem mais próximo da data de início das atividades (o setor amarelo, por exemplo, já está com inscrições esgotadas, mas ainda há vagas nos setores branco e roxo).

Além do Congresso em si, do lado de fora do centro de convenções do Parque Barigui haverá uma série de atividades gratuitas para a população, além de uma feira com livros, produtos e serviços e uma praça gastronômica. O Festival de Felicidade ocupa parte do estacionamento externo, com diversas atrações como tenda de iôga, spa zen com terapias como reiki, barra de access, constelação familiar e massagem biodinâmica; e o espaço Brincando em Família, com uma série de atividades e brincadeiras para crianças e pais.