O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os países europeus demonstraram interesse em contribuir com o Brasil no Tropical Forest Finance Facility (TFFF). Trata-se de um fundo bilionário para a preservação de florestas, lançado pelo governo brasileiro na COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. “Estamos esperando aportes soberanos de países. Para cada US$ 1,00 público, a ideia é captar US$ 4,00 do setor privado e aí nos financiaríamos investimentos de transição e a diferença de taxas de juros você remunera os países por serviços ambientais”, disse Haddad, a jornalistas, em Nova York.

De acordo com o ministro, o Brasil está fechando a proposta do TFFF, mas o pontapé para os investimentos privados vem do aporte soberano. “Se Alemanha, França, Inglaterra, Brasil, a Califórnia, que, como estado tem interesse nesse tipo de projeto, e outros países, China, se conseguirmos o funding público, a chance de captação privada aumenta muito”, avaliou. “E com o diferencial de taxas de juros conseguimos remunerar os países a floresta em pé”, acrescentou.

Haddad disse esperar que a proposta para a criação do TFFF seja validada até o fim do ano que vem pelos parceiros. O Brasil conta com apoio do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Como é voluntária, a partir do momento que alguns países começarem a aportar, outros se animam. Nós tivemos a sinalização de que alguns países europeus estão dispostos a somar com o Brasil”, afirmou o ministro da Fazenda, sem citá-los.

De acordo com Haddad, a iniciativa é importante para o Brasil, mas também para países endividados, que seriam remunerados por serviços ambientais. “Isso poderá aliviar um pouco a carga do peso da dívida desses países”, disse.

Haddad tem uma mesa redonda com investidores estrangeiros em Nova York justamente para debater o TFFF. Por ora, esse é o único compromisso oficial na agenda do ministro. Há a expectativa de que o ministro participe também de uma reunião com representantes da agência de classificação de risco Fitch Ratings, no esforço do Brasil de recuperar o selo de grau de investimento, perdido em 2015.

Na segunda-feira, Haddad se reuniu com a S&P e a Moodys. Ele encerra nesta tarde a sua agenda em Nova York, onde veio vender a agenda verde do País, e retorna ao Brasil.