Franklin de Freitas

Faltando pouco menos de três meses para a abertura da Copa do Mundo de 2022, que será disputada no Catar, o mais aguardado evento esportivo já começa a gerar efeitos e criar expectativas positivas na economia curitibana. Na região central, por exemplo, já é possível conferir lojas com decorações temáticas, usando muito do verde e amarelo, da bandeira do Brasil e de bolas de futebol. Já nas tradicionais bancas de jornais e revistarias, o Natal do setor teve início na última semana, com o lançamento do álbum de figurinhas do mundial, licenciado pela Panini.

Na Avenida Sete de Setembro, próximo do Mercado Municipal, o Mercado das Embalagens foi uma das primeiras lojas a entrar no clima copeiro. Com decoração à brasileira e muitos produtos em verde e amarelo, o estabelecimento já começou a focar a decoração e as vendas pensando na Copa do Mundo há cerca de três semanas, numa estratégia que vem surtindo bom efeito junto aos consumidores.

Segundo Ivandir Silva de Lima, gerente da empresa, a procura por produtos relacionados à Copa do Mundo já teve início, com especial destaque aos guarda-chuvas decorativos nas cores da bandeira brasileira. A expectativa é que as vendas cresçam a cada semana, atingindo o pico em outubro, às vésperas do início do mundial no Catar.

“Com o Brasil forte [na disputa pela taça da Copa], mistura com eleição, vai ter muita procura por produtos com as cores da bandeira. Deve sair muita bandeira, decoração, corneta…”, comenta Ivandir, revelando que a decoração temática já tem trazido bons resultados. “Outubro deve ser o pico, mas já tem gente que passa aqui na frente, vê a decoração da Copa e entra para ver o que temos, o que está acontecendo. Acho que vai dar boa”, aposta o gerente.

Na Bingkun Fang, localizada na Rua XV de Novembro, a vendedora Adriane Golias traça um cenário parecido. Há cerca de um mês a loja já está com um estande todo dedicado à amarelinha e nesta semana ainda chegaram as camisas da Seleção Brasileira, que estão tendo boa saída.

“Até agora aumentou um pouco [as vendas por causa da Copa], mas esperamos que vá aumentar ainda mais a partir do mês que vem. Por enquanto temos mais gente que pede decoração em grande quantidade, principalmente para decorar bar. Mas mês que vem vamos colocar mais produtos e estamos esperando que vá aumentar bastante a procura”, relata a vendedora, relatando que em breve mais camisetas amarelinhas estarão disponíveis aos clientes, bem como itens para decoração, como pompons e bandeiras pequenas.

‘É o Natal dos jornaleiros, o momento que mais aguardamos. É uma loucura’
Enquanto no comércio em geral as expectativas (e as vendas) ainda estão aquecendo, nas bancas de jornais e revistarias é onde se acha, talvez, a face mais evidente da febre que a Copa do Mundo provoca. Com o lançamento do álbum da Panini com as figurinhas de seleções e jogadores que estarão no Catar a partir de novembro, os jornaleiros de Curitiba comemoram o que pode ser considerado uma espécie de Natal para o setor.

“Esse é o Natal dos jornaleiros, é o momento que mais aguardamos de quatro em quatro anos. É uma loucura”, afirma José Mainheriche, o Zé da Banca, proprietário da Revistaria e Papelaria Alto da XV e presidente do Sindicato dos Jornaleiros do Estado do Paraná (Sinjor-PR).

Na sexta-feira (semana passada), quando ocorreu o lançamento global do álbum da Copa do Mundo, ele conta que foi abrir a loja e já tinha gente esperando para poder começar a sua coleção. “É o que alavanca as venda ainda mais nessa época fraca de pós-pandemia. Em Curitiba inteira já está alastrado isso, já virou febre”, diz o Zé da Banca, comentando ainda que em alguns pontos o faturamento chega a dobrar ou até triplica. “Mais que 100% com certeza aumenta”, destaca.

Mistura de competição com eleições: febre verde e amarela
Diferente do que tradicionalmente acontece, a Copa do Mundo deste ano será disputada entre novembro e dezembro, e não entre junho e julho. E como no Brasil teremos a disputa das eleições em outubro, as lojas que trabalham com embalagens e decorações já começam a sentir uma ‘onda’ verde e amarela, com mais e mais pessoas atrás de itens que tragam as cores da bandeira.

“Este ano vai misturar bastante. Vai ser Natal, eleições junto, Halloween e Copa do Mundo, então deu uma bagunçada. Mas com o Brasil forte aí, mistura de eleição, vai ter muita procura por produtos com as cores da bandeira”, aposta Ivandir Silva de Lima, gerente do Mercado das Embalagens.

Já Adriane Golias, vendedora da Bingkun Fang, diz que as bandeiras do Brasil estão saindo neste momento, principalmente, por causa da eleição, enquanto os itens para decoração são procurados por pessoas que estão pensando na Copa do Mundo. “Camisa daí depende. Temos a camisas com nome de jogador, que saem mais por causa da Copa mesmo. Mas também temos as camisas sem nome, que daí é um pessoal que quer usar mais por causa da eleição”, explica.

Expectativa: Bares e restaurantes se preparam para o Mundial
Um dos principais compradores de itens decorativos para a Copa do Mundo são os bares e restaurantes curitibanos. A expectativa de empresários do setor gastronômico é que o evento futebolístico ajude o setor a recuperar, ao menos em parte, os prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus.
“Copa do Mundo, realmente, a gente acredita que melhore [o movimento e faturamento de bares e restaurantes]. Aliás, com certeza melhora”, afirma Luis Fernando Menuci, presidente da seccional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “As empresas fecham para as pessoas irem para casa, pros restaurantes, para poder assistir aos jogos e confraternizar. Os restaurantes já estão se preparando para isso”, complementa.

Já Fabio Aguayo, que é presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), destaca que há muita gente querendo investir no setor e que a Copa do Mundo é um fator de grande importância para incentivar a abertura de novos bares pela cidade neste momento. “Temos uma tendência de abertura. Não vamos recuperar todos os bares fechados na pandemia, mas vemos gente nova no mercado, trazendo novos cases e novas experiências”, celebra.